Internacional
Exclusão digital não pode se estender para a inteligência artificial, diz Guterres
Na Cimeira da IA em Seul, secretário-geral defende que políticos não podem navegar sozinhos em “território desconhecido”; evento que busca maior coordenação no setor reúne líderes e empresas globais atuando na área
A capital sul-coreana acolhe líderes e empresas globais de inteligência artificial desde esta terça-feira em cúpula sobre o tema que pretende desenvolver esta tecnologia com segurança.
Estão na mira da Cimeira da IA em Seul abordar o controle de riscos, novos acordos, possíveis perigos e formas de promover os benefícios e a inovação.
Painel Científico Internacional
O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, que participou virtualmente na reunião, ressaltou a recente criação de um Painel Científico Internacional sobre Inteligência Artificial.
O chefe da ONU destacou que os políticos não podem navegar sozinhos no que chamou de “território desconhecido”. Ele pediu que os que têm poder de decisão sejam guiados por “conhecimentos universais, indiscutíveis e atualizados”.
Nações Unidas pedem ainda que haja compromissos financeiros globais pela governaça da IA
Em segundo lugar, Guterres propôs um diálogo regular e estruturado sobre a governação da IA ligando atuais iniciativas em níveis nacional, regional e industrial. Os benefícios incluem “identificar e replicar as melhores práticas além-fronteiras e setoriais.”
Defender os direitos fundamentais e a dignidade
Pela proposta do secretário-geral, questões como ética e padrões comuns de IA devem ser desenvolvidas. Guterres sugere algoritmos concebidos para reduzir o preconceito, prevenir a discriminação e defender os direitos fundamentais e a dignidade humana “harmonizando padrões e regulamentos”.
O líder das Nações Unidas pediu ainda que haja compromissos financeiros globais para apoiar os países em desenvolvimento aumentando suas capacidades e na participação na governação da IA. A prioridade seria dada ao poder computacional.
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Para Guterres, a exclusão digital não pode tornar-se a exclusão da inteligência artificial. Ele sugere reunir recursos e conhecimentos especializados para se aproveitar o poder da IA para cumprir as metas globais ao “reduzir as desigualdades, promover os ODS e não deixar ninguém para trás”.
A Cimeira em Seul dá sequência à Cimeira de Segurança da IA, realizada em novembro passado em Bletchley Park, no Reino Unido.
Os países participantes no evento concordaram atuar coordenados para conter os riscos colocados pelos avanços no setor da inteligência artificial.