ECONOMIA
Sem ataques de Lula contra o Banco Central, dólar recua 1,72%
O dólar finalmente registrou queda em relação ao real, encerrando o dia cotado a R$ 5,5693 na venda, o que representa uma baixa de 1,72%. Esta foi a maior queda percentual em um único dia desde o início do governo Lula, em janeiro de 2023, quando a moeda recuou 2,17%. Na terça-feira anterior, o dólar havia atingido R$ 5,6665, seu maior valor de fechamento desde janeiro de 2022. Coincidentemente, foi um dia sem ataques ao Banco Central.
O recuo do dólar para abaixo dos R$ 5,60 reflete a expectativa do mercado de que o governo possa intervir para conter a crise de confiança que vinha elevando as cotações nas últimas semanas. Esse movimento ocorre em um dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não fez críticas explícitas ao Banco Central e à política monetária atual, sugerindo uma pausa em suas declarações sobre o tema que têm impactado o mercado financeiro.
Na terça-feira (2), Lula mencionou um suposto “jogo de interesse especulativo” contra o real e indicou que o governo está avaliando medidas para enfrentar essa situação. Ele destacou que a alta do dólar após suas críticas ao Banco Central e ao presidente Roberto Campos Neto foi observada, mas sem oferecer uma explicação definitiva para o movimento.
No cenário internacional, o destaque ficou por conta da divulgação da ata do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa brasileira, fechou o dia em alta, refletindo o otimismo dos investidores diante da correção no mercado cambial nacional.
Desde 18 de junho, quando o Copom decidiu manter a taxa Selic em 10,50% ao ano, Lula vinha fazendo comentários críticos ao nível dos juros, ao mercado financeiro, ao presidente do Banco Central e às propostas de corte de gastos para o ajuste fiscal. Essas declarações frequentes contribuíram para um aumento no dólar, que subiu de R$ 5,42 para quase R$ 5,70 ao longo desse período.
A reação negativa do mercado às declarações de Lula levou a uma onda de críticas nas redes sociais, com a hashtag #calabocalula se tornando um dos tópicos mais comentados no X (antigo Twitter). Até mesmo a GloboNews, do Grupo Globo, comentou que o principal problema na alta constante do dólar são as declarações do presidente.