Segurança Pública
A decisiva fala do general Villas Bôas travou o Alto Comando em 2022: descubra mais sobre a declaração que redefiniu o pensamento militar no momento mais decisivo dos últimos anos
Muita gente tem o General de Exército Eduardo Villas Bôas, ex-comandante da força terrestre, como a grande mente militar dos últimos anos. Suas falas para muitos provocaram mudanças políticas e orientaram personalidades influentes da república sobre as decisões que tomariam. Extremamente reconhecido pelas novas gerações de oficiais generais do Exército Brasileiro, o oficial, mesmo na reserva e com problemas graves de saúde, foi consultado por membros do alto comando nos momentos mais decisivos dos últimos anos.
Sobre a eleição de políticos e a legitimação
O ex-comandante do Exército, se mostrava taxativo e imutável em seu posicionamento de que o Brasil deveria sair naturalmente do estado de polarização política em que se encontrava. O posicionamento norteou a conduta do conjunto de oficiais generais do Exército Brasileiro e – por tabela – também da Marinha do Brasil e Força Aérea após as eleições de 2022.
Na UNICEUB, ainda em 2016, em palestra na época publicada pela Revista Sociedade Militar, o oficial deixou claro que não poderia haver interferência dos militares no resultado das eleições, mesmo que fossem eleitos políticos corruptos.
“O exército é um órgão de estado, não nos cabe fazer julgamento sobre o passado ou as intenções de cada pessoa que está exercendo um órgão público… os eleitos são legitimados pela eleição… imagina se em relação a cada homem público que eu tenha algum questionamento nós fossemos questionar, imagine o que seria…” (General Villas Bôas)
Novas estruturas mentais e caminhos para a evolução
Em importante reunião no Senado, ocorrida ainda em 2017, Villas Bôas disse pela primeira vez o que repetiu diversas vezes ao longo de várias palestras, de formas diferentes, mas com o mesmo teor. O oficial achava que o Brasil estava estacionado em um debate ideológico que deveria ter terminado no século passado que os “esquemas político ideológicos” do passado como comunismo x conservadorismo deveriam parar de pautar os movimentos de hoje.
“Eu acho que estão nos faltando agora muitos pensadores, gente com capacidade de nos oferecer novas estruturas mentais e novos caminhos de evolução. Acho que estamos ainda um pouco presos com esquemas mentais, políticos e ideológicos que ficaram para trás … ”
“Acho que a nossa falta de sentido de projeto nacional tem permitido ou tem deixado de condicionar uma convergência nos vários setores da sociedade, e isso tem feito com que o senhor, eu, enfim, qualquer ator nesse contexto não tenhamos um rumo, uma referência explícita para onde devemos seguir. Então, acho que esse é um grande debate nacional que temos de provocar para recuperar isso. Não temos alternativa, senão, as forças centrífugas vão acabar sobrepujando as forças centrípetas, e a gente se fragmentando, senão territorialmente, mas a sociedade brasileira está num processo de fragmentação…”
Os chefes militares do Alto Comando do Exército Brasileiro, Almirantado e Alto Comando da Força Aérea, de fato quem define como as Forças Armadas agem, tomaram suas decisões com base no que aprenderam com o seu antigo chefe, Eduardo Dias da Costa Villas Bôas.
Fonte: Sociedade Militar – https://www.sociedademilitar.com.br/2024/08/a-decisiva-fala-do-general-villas-boas-travou-o-alto-comando-em-2022-descubra-mais-sobre-a-declaracao-que-redefiniu-o-pensamento-militar-no-momento-mais-decisivo-dos-ultimos-anos.html?utm_source=E-mail&utm_medium=Boletim&utm_campaign=boletim-militar-46&_bhlid=2364f9afc97e057b20e1f94498575d0929d05a9e