Internacional
Equipe da ONU avalia danos após colapso de barragem que deixou dezenas de mortos no Sudão
Autoridades locais confirmaram que pelo menos 30 pessoas perderam a vida e milhares de moradores foram isolados com incidente na barragem de Arbat; incidente na área remota perto do Mar Vermelho arrasou 70 vilarejos; muitos habitantes continuam desaparecidos
Uma represa que desmoronou perto do Mar Vermelho, no Sudão, inundou comunidades vizinhas e causou um número incerto de mortes e feridos. Autoridades locais disseram que o colapso da represa de Arbat liberou grandes quantidades de água deixando 30 mortos e milhares de moradores isolados.
O Escritório da ONU de Assistência Humanitária, Ocha, revelou que apesar da estimativa inicial do número de pessoas que perderam a vida no domingo o total pode ser muito maior. Muitas continuam desaparecidas ou foram desalojadas.
Determinar a extensão dos danos
O escritório integra uma equipe de parceiros humanitários e autoridades que partiu nesta terça-feira para Porto Sudão em direção à área afetada. O objetivo é apoiar as avaliações para “melhor determinar a extensão dos danos, as necessidades mais urgentes dos afetados e ajudar a coordenar a resposta”.
Relatos disponíveis indicam que o rompimento fez com que o reservatório esvaziasse por completo arrasando cerca de 20 aldeias rio abaixo
De acordo com o Ocha, a infraestrutura da área remota era a principal fonte de água doce para a cidade de Porto Sudão.
Faltam informações precisas sobre o incidente devido aos danos causados às redes de comunicação, mas os relatos disponíveis indicam que o rompimento fez com que o reservatório esvaziasse por completo arrasando cerca de 20 aldeias rio abaixo. Outras 70 foram afetadas e até 50 mil pessoas sofreram o impacto do rompimento a oeste, segundo as autoridades.
Na segunda-feira, um vídeo circulou nas redes sociais mostrando como as águas de enchentes deslizavam de Arbat.
Fuga para as montanhas em busca de segurança
Desde junho, o país africano também enfrenta chuvas fortes e enchentes que afetaram cerca de 317 mil pessoas e deslocaram 118 mil. Estima-se que 27 mil casas foram destruídas e acima de 31 mil sofreram danos antes do rompimento da barragem.
Alguns moradores locais foram forçados a fugir para as montanhas em busca de segurança, enquanto outros foram evacuados. Equipes locais de socorro tentam abrir as estradas fechadas nas margens orientais mesmo com a iminente avaliação da dimensão do impacto do incidente.
Muitas pessoas continuam desaparecidas ou foram desalojadas
Os dados recolhidos pelo Ocha confirmam o desabamento de 84 poços perfurados e o desaparecimento de 10 mil animais. Pelo menos 70 escolas foram danificadas ou destruídas no rompimento.
Presume-se que os danos à represa Arbat tenham consequências mais amplas, por se tratar de uma fonte primária de água doce para o Porto Sudão e pelo potencial de afetar o abastecimento do recurso.
Até o momento, os estados mais afetados pelas enchentes que causaram estragos em muitas partes do país são Darfur do Norte e Oriental e o do Rio Nilo.