Politíca
Vereadora Raíssa Lacerda é presa em grande operação da Polícia Federal contra aliciamento eleitoral
Na manhã desta quinta-feira, dia 19, a vereadora Raíssa Lacerda, do Partido Socialista Brasileiro (PSB), foi presa durante a Operação Território Livre II, uma ação coordenada pela Polícia Federal para combater o aliciamento violento de eleitores em João Pessoa. A operação é parte de um processo investigativo que já vinha envolvendo o nome da parlamentar, que recentemente foi alvo de busca e apreensão por suspeitas relacionadas aos mesmos crimes.
A operação se concentrou nos bairros São José, Miramar e Alto do Mateus, onde foram cumpridos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. Além de Raíssa Lacerda, outras três pessoas foram presas: Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, Taciana Batista do Nascimento e uma quarta pessoa cujo nome ainda não foi divulgado pela Polícia Federal. Entre os envolvidos, também está uma assessora da vereadora, que foi detida após buscas em sua residência no bairro Alto do Mateus.
A Operação Território Livre II é a segunda fase de uma investigação mais ampla da Polícia Federal, que visa desarticular grupos envolvidos em práticas ilegais de aliciamento eleitoral, utilizando métodos de coerção para influenciar o voto de eleitores em comunidades vulneráveis. A ação desta quinta-feira incluiu o cumprimento de quatro mandados de prisão preventiva e sete mandados de busca e apreensão, todos em João Pessoa.
Os mandados foram cumpridos em diversos locais, incluindo a sede da ONG Ateliê Vida, no bairro São José, apontada pelas investigações como uma das bases operacionais de influência e controle eleitoral. Pollyanna Monteiro Dantas dos Santos, uma das presas, é acusada de usar sua posição de liderança na ONG para determinar em quem os eleitores do bairro São José deveriam votar. Taciana Batista do Nascimento, considerada braço direito de Pollyanna, também foi detida sob suspeita de participar diretamente dessas atividades ilegais.
Os presos foram conduzidos ao Instituto Médico Legal (IML) para a realização de exames de corpo de delito e, em seguida, encaminhados à Superintendência da Polícia Federal, onde permanecerão à disposição da Justiça, aguardando audiência de custódia.
Em resposta à operação, a Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP) emitiu uma nota à imprensa, afirmando que a Procuradoria-Geral da Casa está acompanhando de perto os desdobramentos das investigações. No comunicado, a Câmara destacou a confiança no trabalho da Justiça e no cumprimento do devido processo legal, ressaltando que seus representantes defendem de forma intransigente, os direitos constitucionais, incluindo a liberdade de ir e vir dos cidadãos. A nota também expressou o compromisso da Casa em monitorar o desenrolar das investigações.
Raíssa Lacerda, uma figura conhecida na política de João Pessoa, já havia enfrentado investigações anteriores, mas a prisão marca uma nova fase no processo. As acusações levantadas contra ela envolvem sua suposta participação ativas em esquemas de aliciamento eleitoral, um crime que pode comprometer a integridade do processo democrático. As investigações continuam, e o caso deve seguir com novos desdobramentos à medida que mais provas forem sendo apuradas.
A Operação Território Livre II lança luz sobre práticas eleitorais criminosas que persistem em regiões onde eleitores são alvos de coerção e manipulação. A ação da Polícia Federal demonstra um esforço em combater essas práticas e garantir a integridade do processo eleitoral.