Internacional
Angola teria maior desempenho climático se fundos prometidos fossem pagos
Na ONU News, ministra do Ambiente listou novas iniciativas com ênfase em sensibilização, inovação e transição energética; representante diz acreditar que país estaria mais a frente com financiamento disponível e mudança de consciência
A ministra do Ambiente de Angola defende que seja acelerada a entrega de fundos prometidos pela comunidade internacional para que os países em desenvolvimento invistam na ação climática, necessária com urgência.
Falando recentemente à ONU News, em Nova Iorque, Ana Paula de Carvalho Pereira, pediu o cumprimento dos objetivos estabelecidos conjuntamente para o sucesso da atuação global pelo clima.
Fundos locais
Realçando a estratégia nacional de alterações climáticas e a aposta em energias limpas, ela falou à ONU News de como fundos locais têm sido usados de forma inovadora.
Sem revelar números, a governante frisou que poderia ser maior o potencial de desempenho com financiamento internacional a iniciativas como as da recém-criada Direção Nacional de Educação Ambiental. Ela acredita que “muitos passos seriam dados com a mudança de consciência”.
“Começamos agora o trabalho junto das igrejas, porque achamos que elas também têm um papel fundamental. Estamos a trabalhar com as crianças, e isso já vem de algum tempo, e com as igrejas. Essas crianças de hoje têm outros amigos e amanhã serão chefes de família. Elas poderão levar a palavra adiante. Temos ainda uma estratégia que foi criada por via de decreto presidencial, que é Estratégia Nacional de Educação Ambiental”.
Efeitos das alterações climáticas
A titular da pasta ambiental em Angola disse ainda que prioriza duas áreas em nova abordagem de cinco pilares fundamentais apoiando o combate às alterações do clima.
“Um é o da mitigação e outro da adaptação. A mitigação é para aqueles casos que ainda não temos, não é uma realidade. Angola já vive os efeitos das alterações climáticas. Neste caso precisamos nos adaptar. Há províncias no sul que já estão a sofrer com os efeitos das alterações climáticas. Angola, por via mesmo do governo, tem estado a executar projetos para levar, principalmente água, àquelas populações que há muitos anos tinham dificuldades de água e, por sinal, acabavam sendo nômades. Elas iam com o gado à procura de locais para beber e para o consumo pelo próprio gado”.
As províncias angolanas mais afetadas pela estiagem têm sido Cunene, Namibe e Huíla, no sul do país. Em várias partes desses territórios as Nações Unidas apoiaram ações de resposta emergencial.
A ministra do Ambiente de Angola disse ainda que dá passos no sentido de diminuir os efeitos dos gases de efeito estufa e promover o uso de energias limpas.