Internacional
A Megaameaça da China contra os Estados Unidos: senado pede mobilização nacional
A população dos Estados Unidos precisa se empenhar para que o país não perca a hegemonia global, deixa claro um relatório produzido pelo Congresso
O Relatório Final da Comissão sobre a Estratégia de Defesa Nacional dos Estados Unidos, publicado em julho de 2024, faz um alerta importante e bastante severo sobre os riscos gigantescos que o país enfrenta. Com base na Estratégia de Segurança Nacional do governo Biden, o documento destaca que os EUA estão em um momento de vulnerabilidade sem precedentes desde a Segunda Guerra Mundial, e as ameaças à liderança global do país são cada vez mais palpáveis.
Para países que de certa forma ainda orbitam economicamente tanto os EUA como a China, como o Brasil, que tem nas duas nações os principais parceiros comerciais, é importante estar atento e preparado para possíveis desdobramentos críticos descritos no documento.
Os líderes do Senado, que assinam o prefácio do relatório, dirigem-se diretamente ao público americano, alertando para a gravidade da situação. Segundo o relatório, “o público americano tem sido insuficientemente informado sobre as ameaças aos interesses dos EUA”, e agora é hora de agir. Se a população e os líderes não tomarem medidas imediatas, “as consequências serão graves e duradouras”. Esse é o consenso entre os especialistas da comissão, que enfatizam a necessidade de sacrifícios coletivos para proteger o futuro do país: “As conclusões são unânimes, e o apelo à ação é urgente”.
A ascensão da China e da Rússia como principais ameaças
Embora o Oriente Médio enfrente a possibilidade iminente de uma guerra em larga escala, o relatório deixa claro que a principal preocupação dos Estados Unidos continua sendo a China. O rápido crescimento militar e econômico chinês, somado à ameaça de um possível controle de Taiwan, representa um risco estratégico global de proporções gigantescas. “A China é o único competidor com a intenção de remodelar a ordem internacional e, cada vez mais, o poder econômico, diplomático, militar e tecnológico para avançar nesse objetivo”. O relatório aponta que o país asiático tem “neutralizado amplamente a vantagem militar dos EUA no Pacífico Ocidental”, isso deve ser motivo de extrema preocupação.
Por outro lado, a Rússia, mesmo com uma economia fragilizada, continua sendo uma ameaça formidável. Sob o comando de Vladimir Putin, o país tem investido pesadamente em capacidades militares e cibernéticas, além de manter o maior arsenal nuclear do mundo. O documento adverte que, “apesar de suas perdas, a Rússia mantém uma capacidade substancial de poder convencional”, e sua aliança com regimes autoritários, como o Irã e a Coreia do Norte, fortalece ainda mais sua posição global. O relatório alerta ainda para o risco de uma cooperação militar crescente entre essas nações, que “cria um risco real, se não a probabilidade, de que um conflito em qualquer lugar se transforme em uma guerra global”.
Medidas urgentes e o papel da população
Diante dessas ameaças crescentes, o relatório do Senado propõe uma série de ações urgentes para fortalecer a defesa dos Estados Unidos. Entre elas, destacam-se:
- Mobilizar todo o poder nacional para ampliar a capacidade militar;
- Aumentar significativamente o orçamento de defesa;
- Integrar esforços militares e diplomáticos para reforçar alianças estratégicas;
- Fortalecer a cooperação com a OTAN e com países da região do Pacífico para conter o avanço de China e Rússia.
Mais do que isso, a conclusão dos técnicos contratados sublinha que o apoio da população é essencial para que essa mobilização seja efetiva. “O público precisa entender que as ameaças à segurança nacional impactam diretamente suas vidas cotidianas, e sacrifícios substanciais serão necessários para restaurar o poder e a liderança global dos EUA”. Isso significa, entre outras coisas, aumento de impostos, mobilização nacional e até mesmo o envolvimento direto em um novo conflito.
Ação necessária do Congresso seria indispensável
Além do apelo à população, o relatório também critica a inação do Congresso dos EUA, afirmando que “sem o Congresso, muito pouco progresso será possível”. As constantes disputas políticas internas têm prejudicado a capacidade do país de reagir de maneira adequada às ameaças externas. Os autores do relatório reforçam que é crucial que os legisladores superem essas divisões partidárias e ajam rapidamente para garantir a segurança nacional.
No momento em que a liderança global e a segurança interna dos Estados Unidos consideram que estão sob séria ameaça, o relatório acaba deixando um alerta claro e que dá um vislumbre sobre o que pode ocorrer nos próximos anos: “Sem mudanças significativas, os EUA estão caminhando para uma situação em que não poderão mais garantir sua defesa e a proteção de seus interesses globais“.