Politíca
Marcelo Queiroga ataca Cícero Lucena após garantir segundo turno em João Pessoa: tensão marca início da final eleitoral
Por Roberto Tomé
A disputa pela Prefeitura de João Pessoa entrou em uma nova fase de acirramento após o primeiro turno das eleições, quando o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL), disparou críticas contundentes ao atual prefeito e candidato à reeleição, Cícero Lucena (PP). Em um vídeo gravado em sua casa, localizada no bairro Altiplano, Queiroga se referiu a Lucena como “Satanás”, numa declaração polêmica que elevou ainda mais a tensão entre os dois candidatos.
No vídeo, Queiroga, que estava acompanhado por seu vice, o pastor Sérgio Queiroz, celebrou a conquista de uma vaga no segundo turno, mas o tom do discurso logo se transformou em um ataque direto ao atual prefeito. “O povo de João Pessoa quer nos abraçar e nos apoiar, para conseguirmos, agora no segundo turno, ganhar o Satanás da prefeitura. Ele está lá, e nós não o queremos lá”, declarou o ex-ministro, em uma fala que causou reações imediatas no cenário político local.
A declaração de Queiroga, embora emotiva e provavelmente impulsionada pela euforia do momento, acendeu um alerta sobre o tom que a campanha deve adotar nas próximas semanas. A expectativa é de uma campanha mais acirrada, com ataques pessoais e acusações ganhando ainda mais espaço à medida que o segundo turno, marcado para o dia 27 de outubro, se aproxima.
Cícero Lucena, que liderou o primeiro turno com 49,16% dos votos, manteve uma vantagem considerável sobre Queiroga, com uma diferença de pouco mais de 114 mil votos. No entanto, o fato de não ter alcançado a vitória já no primeiro turno abre espaço para uma disputa imprevisível. Queiroga, que terminou o primeiro turno com uma votação expressiva, agora se fortalece e se posiciona como a principal oposição à gestão atual, prometendo uma campanha intensa e focada em mudanças na cidade.
As palavras duras de Marcelo Queiroga, chamando Cícero Lucena de “Satanás”, geraram críticas tanto de apoiadores do atual prefeito quanto de setores mais moderados da política. Especialistas destacam que esse tipo de retórica pode, por um lado, mobilizar eleitores mais insatisfeitos com a administração atual, mas, por outro lado, pode também alienar eleitores indecisos ou que esperam uma postura mais equilibrada dos candidatos.
A declaração de Queiroga foi vista como um reflexo das emoções que costumam aflorar durante apurações e momentos decisivos de campanha. No entanto, espera-se que o ex-ministro reflita sobre o teor de suas palavras e adote um discurso mais moderado nas próximas etapas da corrida eleitoral. Como figura pública e ex-ministro, Queiroga carrega a responsabilidade de promover uma campanha baseada no debate de propostas e no respeito à democracia, como é esperado de qualquer candidato a um cargo tão relevante.
Do outro lado, Cícero Lucena, atual prefeito de João Pessoa, manteve uma campanha sólida no primeiro turno, focando em suas realizações à frente da prefeitura e no compromisso de continuar o trabalho que vem desenvolvendo na cidade. Com 49,16% dos votos, Lucena chegou muito perto de vencer a eleição já no primeiro turno, mas agora terá que enfrentar um adversário fortalecido e disposto a polarizar o debate eleitoral.
Lucena tem uma longa trajetória política e já governou a capital paraibana em outros momentos, o que lhe confere uma base sólida de apoio. No entanto, a ascensão de Marcelo Queiroga reflete uma insatisfação de parte do eleitorado com a atual administração, algo que o prefeito precisará abordar com cuidado no segundo turno. A expectativa é de que a campanha de Lucena foque em propostas concretas e em sua experiência como administrador, enquanto tenta neutralizar os ataques pessoais que certamente surgirão.
Com o segundo turno marcado para o dia 27 de outubro, João Pessoa se prepara para uma campanha que promete ser intensa e marcada por embates diretos entre os dois candidatos. Marcelo Queiroga, com seu discurso mais agressivo e direto, busca capturar os eleitores que desejam mudanças, enquanto Cícero Lucena terá que defender sua gestão e tentar ampliar sua base de apoio para garantir a reeleição.
A campanha deve girar em torno de temas como saúde, infraestrutura e segurança, áreas em que ambos os candidatos já vêm concentrando seus esforços. No entanto, o cenário indica que o debate político poderá se desviar para o campo das acusações pessoais, especialmente após as declarações de Queiroga.
O desafio agora será para ambos os candidatos encontrarem o equilíbrio entre o ataque ao adversário e a apresentação de propostas que realmente interessem aos eleitores. João Pessoa, como toda capital, enfrenta desafios complexos, e a população espera que os candidatos demonstrem maturidade política e ofereçam soluções viáveis para os problemas que afetam o dia a dia da cidade.
A disputa entre Marcelo Queiroga e Cícero Lucena está longe de ser definida. Com um segundo turno à vista, os eleitores de João Pessoa devem se preparar para semanas de intensa movimentação política, discursos inflamados e uma campanha eleitoral que certamente ficará marcada pela polarização. O resultado dependerá não apenas da capacidade dos candidatos em mobilizar suas bases, mas também em conquistar os votos daqueles que continuam indecisos ou insatisfeitos com a política atual.
Seja qual for o desfecho, é essencial que ambos os candidatos mantenham o foco em propostas e debates construtivos, respeitando o processo democrático e promovendo uma campanha que esteja à altura dos desafios que a cidade enfrenta. Portal Informa Paraíba