ECONOMIA
Juros futuros se aproximam de 13% com Lula e incerteza fiscal
Os juros futuros no Brasil têm sido alvo de atenção nos últimos dias, com as incertezas fiscais no radar dos investidores. As taxas estão se aproximando de 13% ao ano para os contratos com vencimento em 2027, 2028 e 2029. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou sua intenção de aumentar a isenção do Imposto de Renda (IR) para pessoas que ganham até R$ 5.000, mas a equipe econômica ainda não apresentou uma proposta clara para financiar essa renúncia fiscal.
Cotações dos Juros Futuros
Vamos analisar as cotações dos juros futuros registradas nesta sexta-feira (11.out.2024):
- Vencimento em janeiro de 2030: +12,83%
- Vencimento em janeiro de 2029: +12,89%
- Vencimento em janeiro de 2028: +12,91%
- Vencimento em janeiro de 2027: +12,90%
- Vencimento em janeiro de 2026: +12,71%
- Vencimento em janeiro de 2025: +11,15%
Essas taxas estão no patamar mais alto desde março de 2023, refletindo a preocupação dos investidores com a situação fiscal do país e as incertezas políticas. Além disso, o dólar comercial também subiu, fechando a semana em R$ 5,62, com alta de 0,50%.
Proposta de Aumento da Isenção do IRPF
O presidente Lula reafirmou seu compromisso de aumentar a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000. No entanto, o custo dessa medida ainda não está claro. Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o impacto fiscal poderia ser de R$ 50 bilhões. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que a reforma tributária sobre a renda será “neutra” do ponto de vista da arrecadação, mas ainda não há uma proposta concreta para financiar essa isenção.
Meta de Inflação e Atuação do Banco Central
A meta de inflação do Brasil é de 3%, com uma tolerância de até 4,5%. Os agentes do mercado financeiro esperam que a inflação termine o ano em torno de 4,38%. O Banco Central já aumentou a taxa básica de juros, a Selic, para 10,75% ao ano em setembro, sinalizando um ciclo gradual de reajuste para controlar a alta dos preços. Essa medida visa manter a inflação dentro da meta estabelecida e garantir estabilidade econômica.
Análise dos Economistas
Luís Otávio Leal, economista-chefe da G5 Partners, aponta dois motivos que pressionaram os juros futuros nesta semana:
- Cenário Internacional: Os dados de mercado de trabalho nos Estados Unidos frearam o otimismo de quem esperava cortes mais contundentes dos juros norte-americanos. Essa reprecificação nos EUA também impacta a curva de juros no Brasil.
Em resumo, o cenário é de cautela por parte dos agentes financeiros, que aguardam propostas mais claras do governo e buscam entender como as medidas fiscais afetarão a economia brasileira nos próximos anos.
Lembre-se de que essas informações são baseadas nos dados disponíveis até o momento e podem sofrer alterações conforme novos acontecimentos e decisões políticas e econômicas.