Internacional
O clima de terror, à noite, em Maputo
Depois dos “panelaços” propostos pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane, em protesto contra os resultados eleitorais, assiste-se na capital moçambicana a cenários de anarquia: “Aquilo já não é greve, é sabotagem”
Uma noite cai em Maputo e instala-se um clima de terror. Os jovens imobilizaram viaturas , fecharam dinheiro e, em caso de recusa ou falta de colaboração dos automobilistas, partiram vidros, abriram portas e saqueiam bens.
Este é um cenário que se repete em muitas ruas e avenidas dos subúrbios da capital Maputo, sobretudo em zonas problemáticas, onde há falta de segurança.
Recentemente, no bairro de Magoanine, na avenida Sebastião Mabote, uma senhora viu vários jovens a lançar pedras contra um transporte público. “De repente estou a ver as pessoas a tirarem os pneus, a atirarem pedras. Eu repreendi uns jovens.” Em declarações à DW, ela pediu para não ser identificada.
“Passou por aqui um transporte público e as pessoas caíram a atirar pedras. Além de estragar o transporte, vão aleijar as pessoas”, relata.
Na avenida Julius Nyerere, na zona da lixeira de Hulene, antes mesmo do início dos “panelaços” convocados pelo candidato Venâncio Mondlane contra os resultados eleitorais , jovens com pedras nas mãos paravam viaturas para cobrar dinheiro em troca de continuar a sua viagem, segundo testemunhou a vendedora Raquiba Assumane.
“Aquilo já não é greve, é sabotagem e não podemos fazer as coisas assim. Greve é todos marcharmos e ir onde há gente para tal”, admite Assumane.
Consequência da fúria do povo
No bairro da Maxaquene, centro das manifestações, os jovens colocaram barricadas e queimaram pneus. Mas, segundo a dona Adélia, depois das 21 horas, os mesmos jovens atacaram viaturas em vez de bater panelas. Ela diz que isso é uma consequência da fúria do povo com as injustiças no país.
“A vida, de verdade, está mal cada dia que passa, mas o Governo não resolve nada”, afirma. “Então, as pessoas resolvem com uma coisa errada, porque isto está errado. Talvez o Governo vai sentir”, admite.
Uma noite cai em Maputo e instala-se um clima de terror. Os jovens imobilizaram viaturas , fecharam dinheiro e, em caso de recusa ou falta de colaboração dos automobilistas, partiram vidros, abriram portas e saqueiam bens.
Este é um cenário que se repete em muitas ruas e avenidas dos subúrbios da capital Maputo, sobretudo em zonas problemáticas, onde há falta de segurança.
Recentemente, no bairro de Magoanine, na avenida Sebastião Mabote, uma senhora viu vários jovens a lançar pedras contra um transporte público. “De repente estou a ver as pessoas a tirarem os pneus, a atirarem pedras. Eu repreendi uns jovens.” Em declarações à DW, ela pediu para não ser identificada.
“Passou por aqui um transporte público e as pessoas caíram a atirar pedras. Além de estragar o transporte, vão aleijar as pessoas”, relata.
Na avenida Julius Nyerere, na zona da lixeira de Hulene, antes mesmo do início dos “panelaços” convocados pelo candidato Venâncio Mondlane contra os resultados eleitorais , jovens com pedras nas mãos paravam viaturas para cobrar dinheiro em troca de continuar a sua viagem, segundo testemunhou a vendedora Raquiba Assumane.
“Aquilo já não é greve, é sabotagem e não podemos fazer as coisas assim. Greve é todos marcharmos e ir onde há gente para tal”, admite Assumane.
Consequência da fúria do povo
No bairro da Maxaquene, centro das manifestações, os jovens colocaram barricadas e queimaram pneus. Mas, segundo a dona Adélia, depois das 21 horas, os mesmos jovens atacaram viaturas em vez de bater panelas. Ela diz que isso é uma consequência da fúria do povo com as injustiças no país.
“A vida, de verdade, está mal cada dia que passa, mas o Governo não resolve nada”, afirma. “Então, as pessoas resolvem com uma coisa errada, porque isto está errado. Talvez o Governo vai sentir”, admite.
A DW testemunhou, na hora dos “panelaços” , jovens, crianças e algumas senhoras a cantar e a dançar na avenida Dom Alexandre, no bairro das Mahotas. A via estava bloqueada, criando uma fila enorme. Mas depois das 22 horas começou o terror.
Jovens com paus e pedras ameaçavam condutores aproveitando-se da ausência da polícia. Alguns automobilistas tiveram mesmo de passar a alta velocidade, colocando em perigo a vida destes jovens, para que suas viaturas não fossem vandalizadas. É o que conta Zacarias Job.
“Não estou a entender, mas também não podemos ser assim, não é? Podemos marchar, mas deste jeito não”, lamenta. “Até aqui falhámos muito, manifestar não é isto. As pessoas têm direito a manifestar, mas não é assim.”
O analista e jornalista Fernando Lima disse à emissora STV, parceira da DW, que essas ações dos manifestantes têm a ver com a forma como as instituições estão a tratar o povo .
“Os representantes vão sistematicamente às eleições para escolher quem os representa. Se os representantes sentirem que o seu voto foi roubado, não representa o seu crer, então, aqui estamos a criar uma subversão a este princípio em que concordamos que a sociedade seria organizada” , conclui Fernando Lima.
As eleições gerais realizadas foram há mais de um mês, em Moçambique, e a Comissão Nacional de Eleições atribuiu a vitória ao partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO), e ao seu candidato presidencial Daniel Chapo. O Conselho Constitucional ainda não se pronunciou sobre as denúncias da oposição sobre as alegadas irregularidades no escrutínio.