Internacional
Unicef apoia acesso ao saneamento rural até 2030 em Moçambique
Cerca de 7,7 milhões de moçambicanos defecam ao ar livre; 6,7 milhões vivem nas zonas rurais; entre os que usam uma latrina, cerca de 12,3 milhões ainda o fazem com versão não melhorada
O vaso sanitário é uma peça do banheiro importante para a vida e saúde conhecido por nomes como latrina, sanita ou privada. Este 19 de novembro marca o Dia Mundial da Toalete realçando o dispositivo como um lugar de paz.
Em Moçambique, o lema contextualizado para realidade local ficou “Minha latrina, minha responsabilidade no saneamento seguro.”
Prevenção das doenças diarreicas
Em Maputo, a ONU News conversou com a especialista para Água, Saneamento e Higiene no Fundo da ONU para a Infância, Unicef. Carlota Muianga cita a importância da data.
“Este lema remete-nos a questão da segurança que a latrina transmite em situações de conflito, mas também em situações de desastres naturais como em caso de cheias e ciclones, mas cima de tudo, a segurança do ponto de vista da saúde. De acordo com o programa de monitoria conjunto do Unicef e Banco Mundial, o uso da latrina é uma das formas mais segura para a prevenção das doenças diarreicas.”
Para Carlota Muianga, a situação dos que fazem necessidades ao ar livre ainda é preocupante, pois considera que existe uma disparidade entre o meio rural e urbano.
Estatísticas
“7,7 milhões de moçambicanos, correspondente a cerca de 22% da população, praticam fecalismo ao céu aberto. Deste total, maior parte vive em zonas rurais, cerca de 6,7 milhões, enquanto que na zona urbana temos cerca de 0,9 milhões de moçambicanos, o que mostra claramente a disparidade, entre o rural e urbano. Entre os que usam uma latrina, cerca de 12,3 milhões usam uma latrina não melhorada.”
Meninas usam toaletes em uma escola Benue State, Nigéria.
Apoio ao governo
A nível nacional o Unicef apoia na definição de estratégias e políticas alinhadas com a eliminação da defecação ao ar livre com vista a garantir o acesso ao saneamento básico.
A agência também apoia na implementação de abordagens que contribuem para acelerar os resultados e aumentar a cobertura do saneamento.
“Graças à implementação de abordagem do saneamento total liderado pela comunidade, o país conta neste momento com 10 distritos totalmente livres de fecalismo ao céu aberto e vários postos administrativos e localidades. Em breve esperamos que seja declarado livre de fecalismo do céu aberto, o primeiro distrito da província de Sofala. Dizer ainda que o Unicef está comprometido em continuar apoiar o governo para alcançar as metas do desenvolvimento sustentável e os objetivos da estratégia do saneamento rural até 2030.”
Desafios
A especialista para Água, Saneamento e Higiene no Unicef adianta que ainda persistem desafios em Moçambique quando se aborda a questão de defecação ao ar livre.
“O saneamento é um direito humano, por isso, todos governos devem trabalhar para garantir saneamento básico para todo cidadão. No geral a pratica-se fecalismo a céu aberto em todo país, entretanto, 90% das pessoas que praticam o fecalismo a céu aberto vivem nas províncias de Nampula, Zambézia, Tete, Sofala e Manica.”
Em Moçambique cerca 6,7 milhões que ainda mantém a prática vivem em zonas rurais e cerca de 0,9 milhões em zonas urbanas.