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Lula revela plano de envenenamento durante jantar com Xi Jinping e surpreende os presentes
Durante um encontro diplomático no Palácio do Itamaraty, em Brasília, na última quarta-feira (20/11), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez uma revelação inusitada. Diante do presidente chinês Xi Jinping e outras autoridades, Lula comentou pela primeira vez em público sobre um suposto plano de assassinato que visava ele e o vice-presidente Geraldo Alckmin por envenenamento. A declaração, feita de forma descontraída, arrancou risos sarcástico, mas também gerou repercussões.
Lula abordou o assunto durante seu discurso de abertura no jantar reservado a Xi Jinping. Após cumprimentar os convidados, o presidente se dirigiu a Alckmin com uma fala surpreendente: “Geraldo Alckmin, vice-presidente da República, ministro do Desenvolvimento e Comércio, que escapou do envenenamento e está aqui com a gente”. A frase foi dita em tom leve, mas não passou despercebida entre os presentes.
Dois ministros confirmaram o episódio, que provocou reações diversas entre os convidados. Apesar do clima descontraído do jantar, o contexto da fala remete a uma situação extremamente delicada, envolvendo segurança institucional e tensões políticas.
A declaração de Lula aconteceu apenas um dia após a Polícia Federal (PF) prender quatro militares de alta patente e um agente da própria corporação, todos acusados de planejar o assassinato do presidente e do vice. Segundo as investigações preliminares, o suposto esquema teria como objetivo impedir a posse de ambos em 2022, utilizando envenenamento como método.
O diretor-geral da PF, Andrei Passos, informou pessoalmente o presidente sobre o caso na manhã de terça-feira (19/11), enquanto Lula participava de compromissos no Rio de Janeiro. Fontes próximas ao presidente relataram que ele ficou chocado ao tomar conhecimento do plano, mas decidiu manter discrição enquanto as apurações continuam.
Embora detalhes ainda estejam sob sigilo, informações indicam que o envenenamento seria realizado por meio de alimentos ou bebidas. A PF monitorava os suspeitos há meses, com apoio de setores de inteligência. Os nomes dos detidos ainda não foram divulgados oficialmente, mas sabe-se que eles ocupavam posições estratégicas no Exército e na própria PF.
O comentário de Lula dividiu opiniões. Aliados enxergaram a fala como uma forma de lidar com o tema de maneira leve, sem criar pânico. Já críticos consideraram a declaração inoportuna, especialmente durante um jantar de relevância diplomática com o presidente da China. Para muitos, tocar em um assunto tão grave em um evento voltado a estreitar laços internacionais foi arriscado e desnecessário.
A presença de Xi Jinping em Brasília fazia parte de uma agenda voltada ao fortalecimento da parceria econômica entre os dois países. O jantar foi visto como uma oportunidade de consolidar acordos estratégicos, mas a menção ao plano de assassinato acabou roubando parte do foco do encontro.
A Polícia Federal segue aprofundando as investigações. Entre as questões centrais, estão às motivações dos envolvidos e o grau de alcance do plano. O governo, por sua vez, tem adotado cautela em relação ao caso, com declarações pontuais e foco na proteção das instituições.
Enquanto isso, a revelação de Lula adiciona um novo capítulo às tensões entre o Executivo e setores das Forças Armadas, relação que já vinha desgastada desde o processo de transição presidencial. Observadores políticos destacam que o caso coloca em evidência desafios de segurança e governabilidade no Brasil.
O episódio levanta questões sobre como proteger as principais lideranças do país em um ambiente politicamente polarizado. A revelação de um plano tão audacioso sublinha a necessidade de reforçar medidas de segurança e manter vigilância sobre potenciais ameaças internas.
Agora, com o avanço das investigações, o governo deve avaliar como responder de forma firme, mas equilibrada, às pressões que surgem tanto de adversários quanto de aliados. O caso, sem dúvida, será acompanhado de perto, dado sua relevância para o cenário político e institucional do país.