ECONOMIA
Dólar Fecha em R$ 5,81 com Alta Semanal de 0,41% e Mercado Acompanha Tensão Global
O dólar comercial encerrou esta sexta-feira (22) cotada a R$ 5,81, com leve alta de 0,05% no dia e acumulando um avanço de 0,41% na semana. Esse patamar reforça a permanência da moeda norte-americana acima dos R$ 5, marco que já dura 239 dias consecutivos. Paralelamente, o Ibovespa, principal indicador da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), fechou em alta de 1,35%, atingindo 128.638,89 pontos às 17h41, impulsionado por setores específicos do mercado.
Um dos fatores que influenciaram os movimentos do mercado foi o adiamento do anúncio de medidas de controle de gastos públicos pelo governo federal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, havia prometido a apresentação de um pacote fiscal até o dia 8 de novembro, mas o anúncio foi postergado para a próxima semana.
O governo sinalizou que pretende bloquear cerca de R$ 5 bilhões no orçamento para cumprir a meta fiscal deste ano. O bloqueio deve ser oficializado ainda nesta sexta-feira, mas a divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas, prevista para as 17h30, foi adiada pelo Ministério do Planejamento e Orçamento para depois das 21h, levantando críticas sobre a transparência do processo.
Além das questões fiscais, o cenário externo também pesou no humor do mercado. A escalada das tensões entre Rússia e Ucrânia permanece no radar dos investidores, alimentando incertezas quanto aos impactos globais dessa crise geopolítica.
O risco-país, medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos, atingiu 156 pontos nesta sexta-feira. Esse indicador, que reflete a confiança dos investidores na economia brasileira, mostra um aumento em relação ao mesmo período do ano passado, quando registrava 146 pontos.
Outro dado relevante é à saída de capital estrangeiro da Bolsa brasileira. Somente neste mês, até o último dia 19, investidores estrangeiros retiraram R$ 1,7 bilhão. No acumulado do ano, o saldo negativo chega a R$ 32,5 bilhões, considerando operações no mercado secundário. Incluindo ofertas primárias (IPOs) e secundárias (follow-ons), o déficit é de R$ 24,6 bilhões.
Os contratos de juros futuros, referência para as expectativas econômicas, apresentaram uma taxa de 13,49% para os vencimentos de janeiro de 2027, mantendo uma tendência que reflete as preocupações com a inflação e o ajuste fiscal.
A combinação de fatores internos, como o atraso no pacote fiscal, e externo, como a instabilidade geopolítica, continuará a impactar os mercados na próxima semana. Investidores seguem atentos aos desdobramentos econômicos e políticos, que podem influenciar diretamente o desempenho do real frente ao dólar e o comportamento da Bolsa de Valores.