CIDADE
Ex-prefeito de Riacho dos Cavalos é preso após ignorar regras do regime semiaberto
Sebastião Pereira Primo, mais conhecido como Capuxim, ex-prefeito de Riacho dos Cavalos, virou notícia novamente. Desta vez, não por ações políticas, mas por descumprir as condições do regime semiaberto. A Justiça da Paraíba decidiu que era hora de endurecer o jogo. O juiz Mário Guilherme Leite de Moura, da 1ª Vara Mista de Catolé do Rocha, ordenou sua prisão após registrar impressionantes 105 violações entre maio e setembro de 2024.
As regras? Simples, mas claras: recolhimento noturno e finais de semana em casa. Parece que Capuxim achou que isso não valia para ele. O monitoramento eletrônico? Ignorado. Inspeções? Nem sinal dele. Na visão do juiz, a situação era insustentável. “Falta total de responsabilidade”, afirmou no despacho, ressaltando que o regime semiaberto exige comprometimento mínimo, algo que o ex-prefeito demonstrou não ter.
A equipe de advogados tentou justificar as falhas. Argumentaram que Capuxim estava ocupado coordenando campanhas políticas. Boa tentativa, mas o argumento caiu por terra quando o juiz verificou que as infrações começaram antes mesmo do início oficial do período eleitoral.
Pior ainda: ele foi devidamente orientado sobre as condições do regime, incluindo a obrigatoriedade de permanecer em casa nos horários estabelecidos. A defesa argumentou, mas as evidências eram robustas. O juiz foi enfático: “A pena em regime semiaberto é uma restrição de liberdade e não pode ser desvirtuada para atender conveniências pessoais.”
Sem alternativa, Capuxim foi condenado a deixar o semiaberto e retornar ao regime fechado. Um mandado de prisão foi expedido, e a Justiça quer respostas. Após ser capturado, o ex-prefeito será convocado a justificar as violações em uma audiência específica.
Outro detalhe chama atenção: a contagem do tempo de pena voltou a ser zerada. As infrações começaram em 28 de maio de 2024, e essa será a nova data-base para cálculo de futuras progressões. A decisão manda um recado claro: as condições legais precisam ser respeitadas, ou as consequências são inevitáveis.
Esse episódio escancara uma velha questão: até que ponto figuras públicas acreditam estar acima da lei? O comportamento de Capuxim reflete um padrão que infelizmente se repete no cenário político brasileiro. Para quem já ocupou cargos de liderança, o descaso com as condições judiciais é um golpe à credibilidade e um sinal de que o senso de responsabilidade ficou no passado.
Agora, enquanto o ex-prefeito enfrenta as consequências de suas escolhas, os moradores de Riacho dos Cavalos observam mais um capítulo desse drama político e judicial. O caso de Capuxim não é isolado, mas serve como alerta de que as regras existem para todos, independentemente do cargo ou do histórico político. A Justiça paraibana, ao que tudo indica, está decidida a fazer valer a lei, sem espaço para concessões pessoais ou alegações vazias.