Internacional
Nações Unidas pedem urgência na execução de obrigações humanitárias em Gaza
Vice-chefe da organização participa em conferência ministerial para melhorar resposta humanitária em meio à guerra; conflito matou 44 mil palestinos, região concentra maior proporção global de crianças amputadas
A capital do Egito, Cairo, acolhe uma conferência ministerial visando melhorar a resposta humanitária na Faixa de Gaza. O evento é organizado pelo presidente egípcio Abdel Fattah al-Sisi e a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed.
A vice-chefe das Nações Unidas diz que todas as partes têm que cumprir as obrigações sob o direito internacional, incluindo o direito internacional humanitário.
População repetitivamente deslocada
Mohammed considerou “terríveis e apocalípticas” as condições dos palestinos em Gaza. Ao todo, foram mortas 44 mil pessoas, a maioria mulheres e crianças. Ela disse ainda que “praticamente toda a população de Gaza” foi deslocada várias vezes.
Ela ressalta que o galopante nível de desnutrição forçou cerca de 19 mil crianças a serem hospitalizadas nos últimos quatro meses com quase dobro dos casos no primeiro semestre do ano.
A vice-chefe das Nações Unidas alertou para a situação de fome iminente assim como do colapso do sistema de saúde. Gaza tem agora o maior nível de crianças amputadas por pessoa comparado a qualquer outro lugar do mundo.
Esforços por uma solução política
Amina Mohammed destacou que muitas dessas vítimas perdem os membros e passam por cirurgias sem anestesia. A situação é observada num contexto em que ocorrem crimes que podem figurar entre os delitos internacionais mais graves.
Em segundo lugar, a ONU pediu que o tom de diálogo na conferência deve ser “alto e claro” em defesa do sistema de ajuda humanitária, em particular a Agência das Nações Unidas de Assistência aos Palestinos, Unrwa.
Outra medida obrigatória é intensificar os esforços por uma solução política pelo fim do que chamou “pesadelo”, para o qual passou da hora de um cessar-fogo imediato e da libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
Mohammed ressaltou que a ocupação do Território Palestino deve acabar conforme previsto pela Corte Internacional de Justiça e solicitado pela Assembleia Geral.
Outro pedido foi pela adoção de uma solução de dois Estados, em linha com o direito internacional e as resoluções relevantes da ONU.
A organização estima que o evento ministerial tenha a participação de pelo menos 103 governos e organizações internacionais.