Nacional
Sudene participa da abertura da COP 16
A Conferência das Partes (COP) da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD) teve início nesta segunda-feira (2)
A união de esforços em torno de políticas públicas e da busca de recursos financeiros para enfrentar os problemas decorrentes da desertificação e das mudanças climáticas foi destaque na abertura da COP 16 hoje (2). A Sudene está presente no evento que segue até o próximo dia 13 para tratar sobre políticas públicas voltadas para o atendimento da população que vive no semiárido e também de proteção do meio ambiente.
“Quando falamos em desertificação, estamos tratando sobre seca, pobreza, degradação ambiental, mudanças climáticas. Nós, nordestinos, lidamos com as consequências da desertificação na pele, pois nosso território é o mais árido e semiárido do Brasil. E precisamos ter políticas públicas que enfrentem esse desafio”, afirmou o diretor da Sudene, Heitor Freire, representante da Autarquia na Conferência.
O presidente da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (UNCCD) e ministro saudita do Meio Ambiente, Abdulrahman Alfadley, destacou que as terras degradadas representam um risco maior de migração, instabilidade e insegurança para muitas comunidades. Já a vice-secretária-geral da ONU, Amina Mohammed, falou sobre a importância de fortalecer a cooperação internacional em torno de uma “mobilização em massa de financiamento”. Segundo Amina, “os investimentos acumulados devem totalizar US$ 2,6 trilhões até 2030 para lidar com o desafio”.
Ibrahim Thiaw, secretário-executivo da UNCCD, também se pronunciou durante a abertura da COP 16 e frisou que restaurar a terra é fundamental para nutrir a própria humanidade. “A maneira como o solo é administrado hoje determinará diretamente o futuro da vida no planeta”, alertou. Ele afirmou, ainda, que agricultura, pastoreio excessivo, urbanização, mineração, desmatamento e outros fatores estão impulsionando a degradação da terra, situação agravada pelas mudanças climáticas. Segundo previsão de especialistas que estão participando desse primeiro dia de debate, até 2050 cerca de 7,5 bilhões de pessoas sentirão o impacto da seca.
De acordo com informações da ONU, “em todo o mundo, cerca de 40% das terras estão degradadas, o que afeta a vida de 3,2 bilhões de pessoas com a perda de produtividade biológica e econômica”. A programação da COP 16 conta com debates e negociações em torno de objetivos que incluem acelerar a restauração de terras degradadas até 2030; aumentar a resiliência à intensificação das secas e das tempestades de areia e poeira; restaurar a saúde do solo e aumentar a produção de alimentos benéficos para a natureza; garantir o direito à terra e promover a equidade para uma gestão sustentável; garantir que a terra continue fornecendo soluções climáticas e de biodiversidade; promover oportunidades econômicas, incluindo empregos decentes para os jovens.
Além de Heitor Freire, a Sudene está representada pelo coordenador-geral de Cooperação e Articulação de Políticas, Danilo Campelo. Uma das expectativas da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste é inserir a caatinga e o semiárido brasileiro no debate internacional de combate aos efeitos da seca, ampliando o diálogo entre os diversos setores da sociedade e a comunidade internacional para enfrentar os desafios impostos pela desertificação.