ECONOMIA
Governo propõe reformulação no abono salarial com mudanças a partir de 2026
O governo federal jogou no Congresso uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que quer mexer nos critérios para o abono salarial a partir de 2026. A ideia principal? Reduzir o limite de renda para quem pode receber o benefício, passando de dois salários mínimos para 1,5. A justificativa da equipe econômica é clara: economizar R$ 18,1 bilhões até 2030.
O que vai mudar no programa
Hoje, o abono salarial está disponível para quem trabalha na iniciativa privada ou no serviço público, ganha até dois salários mínimos e trabalhou por pelo menos 30 dias no ano-base. O valor? Pode chegar a um salário mínimo, dependendo do tempo de serviço.
Com a proposta nova, o teto de renda vai diminuir gradualmente, até 2035, quando será fixado em 1,5 salários mínimo. O cronograma de cortes é este:
- 2025: 2 salários mínimos;
- 2026: 1,95 salários mínimos;
- 2027: 1,9 salários mínimos;
- 2028: 1,85 salários mínimos;
- 2030: 1,75 salários mínimos;
- 2035: 1,5 salários mínimos.
Além disso, o valor de referência para o abono será ajustado pela inflação, mas o salário mínimo terá aumentos reais de até 2,5% ao ano. Com o tempo, menos pessoas vão se qualificar para o benefício.
Por que estão mexendo nisso?
O governo está preocupado com a conta. Em 2023, o abono custou R$ 25,6 bilhões; em 2024, vai para R$ 28 bilhões e, em 2025, pode passar de R$ 30 bilhões. A equipe econômica acha que é hora de frear esses gastos e focar em programas que, segundo eles, têm maior impacto social.
Fernando Haddad, ministro da Fazenda, argumentou que o abono salarial perdeu espaço para iniciativas mais abrangentes. “Com o salário mínimo crescendo acima da inflação, o teto vai convergir para 1,5 salários mínimos sem prejuízo para quem ganha R$ 2.640 hoje”, afirmou.
Quem ganha, quem perde?
A proposta levanta um monte de questões. Quem depende desse dinheiro para complementar a renda pode sentir o impacto, especialmente os que ganham próximo ao teto atual. O abono salarial sempre foi um respiro para milhões de trabalhadores, e qualquer mudança toca em um ponto sensível.
O Congresso ainda analisará a PEC, com duas votações em cada Casa. Se passar, o abono salarial que a gente conhece hoje vai mudar completamente. A dúvida é: quem realmente será beneficiado com essa economia? Fica a pergunta no ar.