ENTRETENIMENTO
“Um conto de Natal”: a avarícia que nunca passa de moda
Ah, o Natal… Aquela época do ano onde o consumismo aparece com todo o seu brilho, e a gente se pergunta: será que a avareza do Ebenezer Scrooge ainda vive entre nós? Pois é, parece que em pleno século XXI, o clássico de Dickens não perdeu a força. Em 1843, um tal de Charles Dickens resolveu dar vida ao velho rabugento que desdenha do Natal e, claro, de tudo o que envolve compartilhar, doar, ser humano. Isso não soa familiar? Pois é, já se vão mais de 180 anos e, sinceramente, o personagem Scrooge parece mais vivo do que nunca.
E a coisa virou febre, né? O tal do “Um Conto de Natal” foi adaptado tantas vezes que você já deve ter visto o fantasma de Natal presenteado de uma forma ou outra, seja no especial dos Muppets ou com o nosso amado Tio Patinhas dando uma de Scrooge. A cada versão, a história ganha mais camadas. E quem não reconhece o velho ranzinza, recluso e egoísta que, no fim, é salvo pela chance de mudar antes que seja tarde? Uma lição que se repete. Ou, será que apenas nós, espectadores, estamos aprendendo?
Talvez o problema nem seja a história em si. Talvez seja o fato de que, entre tantas adaptações, esquecemos da principal moral da coisa. Hoje, quem em sã consciência não estaria torcendo por um Scrooge real? Talvez o “calor humano” tenha ficado por trás de uma tela, enquanto a frieza do capital e das redes sociais só aumenta. Esse Scrooge moderno, com seu celular e fones de ouvido, não assustam tanto, mas será que já não estamos todos dando o passo fatal rumo à sua solidão? Não somos todos um pouco Scrooge? Às vezes mais egoístas e distantes do que a gente imagina.
É, no fim das contas, Dickens não poderia estar mais certo. Não importa se estamos em 1843 ou 2024, o velho Scrooge vive dentro de cada um de nós. E será que vamos esperar pelo Natal dos fantasmas para repensar nossa vida? Ou vamos continuar acreditando que o espírito natalino ainda é o suficiente para mudar o curso da história? O que fica no final? A lição ou a decoração da árvore?