Nacional
Governo tapa o sol com a peneira: negado acesso a informações sobre Janja e reformas no Planalto
Ah, transparência. Aquela palavrinha bonita que todo governo adora colocar em discursos, mas que, na prática, vive sendo jogada debaixo do tapete. A Presidência da República decidiu que não tem nada a explicar sobre as agendas de Janja da Silva, primeira-dama e figura quase onipresente no governo Lula, ou sobre as reformas no terceiro andar do Palácio do Planalto, feitas sob medida para sua equipe. E sabe qual a desculpa? Janja não tem cargo público. Genial, não?
Vamos lá. Primeiro, a Lei de Acesso à Informação (LAI) é clara: ela existe para garantir que o público saiba como o dinheiro público está sendo usado. Janja pode não ter um “carguinho oficial”, mas têm gabinete, equipe, viagens bancadas pelo erário e até reformas de luxo. Isso não conta como gasto público? Ou será que o governo acha que a gente acredita que tudo isso é só coincidência, tipo “ah, é só uma amiga da vizinhança que ganhou um escritório no Palácio”?
Sobre as tais reformas no terceiro andar, a desculpa foi ainda mais esfarrapada. A Secretaria de Administração da Presidência disse que tudo faz parte de “alterações de layout”, algo feito “rotineiramente”. Ah, claro. Porque é super normal readequar espaços para a equipe de alguém que oficialmente nem trabalha ali. E o custo? Segundo eles, “sem custos adicionais”. Sem custos adicionais pra quem? Pro contribuinte que paga os impostos, com certeza não. Seria cômico, se não fosse trágico.
E não para por aí. O gabinete de Celso Amorim, assessor internacional de Lula, precisou ser reacomodado por causa dessa reforma. Então, não só há gastos envolvidos, mas também uma clara priorização: Janja, que oficialmente nem deveria estar ali, ganha mais espaço que um assessor com função pública real. Isso soa como gestão responsável pra você?
Essa recusa em divulgar informações não é só feia, é perigosa. O governo se esconde atrás de tecnicalidades legais para evitar expor algo que deveria ser público. Não é a primeira vez que isso acontece. Desde o início do mandato, Lula e sua equipe mostram que a transparência prometida na campanha tem limites — especialmente quando envolve figuras próximas ao presidente.
E, convenhamos, Janja tem sido uma personagem central na política atual, mesmo sem cargo formal. Viaja com Lula, participa de eventos oficiais, tem uma equipe própria e, agora, um gabinete ampliado no Palácio. Se isso não é exercer influência direta no governo, então o que é? Negar informações sobre suas agendas e reformas soa menos como “cumprir a lei” e mais como “esconder o jogo”.
No final das contas, o dinheiro que banca reformas, gabinetes e equipes não aparece por mágica. Ele sai do bolso de quem trabalha pagam impostos e ainda tem que lidar com um governo que prefere fazer malabarismos jurídicos a prestar contas. É um tapa na cara de quem acreditou no discurso de mudança.
A sensação que fica é de que Janja ocupa um lugar privilegiado na estrutura do governo, mas sem ter que lidar com a responsabilidade que deveria vir junto. Ela tem benefícios, mas parece isenta de deveres. E isso, caro leitor, não tem nada de normal. É só mais um capítulo da velha história de privilégios e falta de transparência que a gente vê se repetir no Brasil.