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Lira convoca reunião às pressas: STF travando as regras do jogo?
Arthur Lira, o manda-chuva da Câmara dos Deputados, resolveu dar um basta no recesso e chamou os líderes partidários para uma conversa emergencial nesta quinta, dia 26. Mas calma lá, isso não é uma reunião qualquer. É aquele tipo de encontro que já chega com cheiro de pólvora no ar. A pauta oficial fala de sucessão na presidência e composição da mesa diretora, mas quem é que acredita nisso? O verdadeiro motivo é o “freio de mão” puxado pelo ministro Flávio Dino no repasse de R$ 4,2 bilhões em emendas.
Agora pensa comigo: R$ 4,2 bilhões não é troco de padaria. E Dino, com essa decisão de última hora, jogou uma bomba na mão de Lira. Foi o PSOL que cutucou o Supremo, alegando que essas emendas estavam mais esquisitas que nota de três reais. Resultado? Suspensão total.
Eis a íntegra da decisão:
Essas emendas de comissão, em teoria, servem para coisas bonitas: saúde, educação, infraestrutura. Na prática, dessa vez foi tudo na base do atalho. Nada de comissões deliberando. Quem bateu o martelo foi um ofício assinado por 17 líderes partidários. A gente sabe como funciona: todo mundo olhando pra Lira, que organiza o espetáculo.
E olha o cronograma. Isso aconteceu em plena correria de fim de ano, com Lira cancelando reuniões das comissões entre 12 e 20 de dezembro. A justificativa? Urgência nas votações das pautas econômicas do governo Lula. Mas será que foi só isso mesmo? Parece que havia um “plano B” rolando nos bastidores.
Flávio Dino chegou com tudo: suspendeu os repasses e ainda deu um prazo de cinco dias pra Câmara abrir os bastidores das aprovações. Quer transparência? Vai ter que mostrar as atas das reuniões, ajustarem os sistemas de registro e só liberar os pagamentos se tudo estiver dentro das regras estabelecidas pelo STF.
Dino não ficou só no recado, ordenou ajustes no Portal da Transparência e no Transferegov.br. Quer saber? Parece que ele tá mandando mais recados do que impondo regras. Tem quem diga que ele tá jogando pra plateia do Planalto, agradando o presidente Lula e cutucando a autonomia do Legislativo.
Os aliados de Lira não estão gostando nada disso. Pra eles, essa decisão é puro jogo político, com Dino jogando como um “braço jurídico” do governo. Não é difícil imaginar que esse episódio vai ser usado pra inflamar ainda mais as discussões entre os Poderes. Legislativo, Executivo e Judiciário parecendo mais três lutadores num ringue do que pilares democráticos.
Arthur Lira tá numa encruzilhada. Ele precisa mostrar força, principalmente porque a disputa pela sucessão da presidência da Câmara já tá esquentando. Mas agora ele também tem que lidar com essa rasteira do STF que pode atrapalhar seus planos.
A reunião marcada pra hoje promete. O que sair de lá vai moldar não só a relação do Congresso com o governo federal, mas também o tom do início do ano legislativo de 2025. Uma coisa é certa: ninguém vai sair ileso dessa briga.
Parece que o jogo político no Brasil virou mais uma vez uma novela. Lira, Dino, PSOL, Lula… Todo mundo jogando suas cartas. Mas a pergunta que fica é: quem realmente se importa com os R$ 4,2 bilhões e pra onde eles iam? Isso ninguém quer responder.