Internacional
Parlamento da Coreia do Sul aprova impeachment do presidente interino Han Duck-soo
O Parlamento da Coreia do Sul tomou uma decisão histórica ao aprovar nesta sexta-feira o impeachment do presidente interino Han Duck-soo. Han assumiu a liderança do país há cerca de duas semanas, após a destituição do presidente Yoon Suk Yeol, acusado de tentar instaurar uma lei marcial. A instabilidade política que atinge a Coreia do Sul culminou na transferência interina do poder para o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, que prometeu trabalhar pela pacificação do cenário político.
As acusações contra Han Duck-soo
Han Duck-soo enfrentou acusações graves que motivaram o Parlamento a votar por sua saída. Ele foi acusado por parlamentares da oposição de cumplicidade na tentativa de golpe liderada pelo ex-presidente Yoon Suk Yeol, bem como de boicotar as nomeações de três juízes indicados pela oposição para a Suprema Corte. Essas indicações eram vistas como fundamentais para reequilibrar a Corte, que atualmente opera com apenas seis de seus nove cargos preenchidos. A recusa de Han em completar o quadro judicial foi interpretada como uma manobra para manter o controle político em um momento de crise.
As alegações de obstrução por parte de Han geraram revolta entre os deputados da oposição e levaram a intensos debates sobre o futuro democrático do país. O Parlamento considerou que sua permanência no cargo agravaria ainda mais a polarização e poderia comprometer a estabilidade institucional da Coreia do Sul.
Crise política: Yoon Suk Yeol e a lei marcial
A turbulência política na Coreia do Sul começou com as ações controversas de Yoon Suk Yeol, que, além de decretar a lei marcial, enfrentava acusações de abuso de poder e má gestão. Sua tentativa de ampliar os poderes do Executivo gerou protestos massivos e forte resistência do Parlamento. Destituído pelo Legislativo, Yoon aguarda agora a decisão da Suprema Corte, que deverá confirmar ou rejeitar o processo de impeachment aprovado pelos deputados.
Caso a Suprema Corte confirme o afastamento, Yoon será o segundo presidente sul-coreano a enfrentar tal desfecho desde 2017, quando Park Geun-hye foi destituída em um caso de corrupção amplamente divulgado.
Nova liderança: os desafios de Choi Sang-mok
Com a saída de Han Duck-soo, o ministro das Finanças, Choi Sang-mok, assumiu interinamente a função de chefe de Estado. Em um breve pronunciamento à nação, Choi destacou a necessidade de “reduzir a tensão política” e prometeu trabalhar pela reconstrução da confiança entre as diferentes forças políticas.
Choi enfrenta um cenário delicado. Além de administrar uma crise de governabilidade, ele terá de lidar com a retomada econômica pós-pandemia e a escalada de tensões geopolíticas na região. Observadores políticos destacam que sua principal missão será conduzir o país até novas eleições sem aprofundar a divisão entre governo e oposição.
A Suprema Corte: papel decisivo no desfecho da crise
O desfecho da crise política na Coreia do Sul agora está nas mãos da Suprema Corte. A decisão sobre o impeachment de Yoon Suk Yeol será crucial para definir os rumos da democracia no país. Enquanto isso, a oposição e o governo interino intensificam seus esforços para reorganizar as bases do poder político, de olho em eleições presidenciais que possam trazer estabilidade a longo prazo.
A Coreia do Sul, uma das maiores economias da Ásia, enfrenta um momento crítico que pode redefinir seu sistema político. A trajetória do país em busca de estabilidade será acompanhada de perto, tanto por sua população quanto pela comunidade internacional.
Conclusão
O impeachment de Han Duck-soo e a destituição de Yoon Suk Yeol são marcos de uma crise institucional profunda que desafia a maturidade democrática da Coreia do Sul. A habilidade de líderes interinos como Choi Sang-mok em navegar por esse período de incertezas será determinante para a restauração da ordem política e social no país. Enquanto isso, a Suprema Corte desempenhará um papel central na resolução dos impasses, definindo os rumos de uma nação em busca de equilíbrio e confiança em suas instituições.