Nacional
Janja e seu gabinete: a conta que o Brasil paga (E não vê)
O que dizer de um gabinete que não existe, mas custa milhões? Pois é, essa é a realidade por trás da operação que assessora a Janja. Oficialmente, não tem “Gabinete de Janja”, mas, na prática, uma equipe com oito profissionais está lá, à disposição dela, seja para agendas oficiais, viagens ou qualquer outra atividade. Tudo, claro, saindo direto do nosso bolso: um custo médio de R$ 1,9 milhão por ano. Será que vale isso tudo?
O Custo do “Invisível”
Os números são impressionantes – e irritantes. Baseados no Portal da Transparência, os dados mostram que, entre salários e viagens, o total acumulado chega a R$ 3,8 milhões no período de 2023 a 2024. Só em outubro de 2024, os vencimentos brutos dessa turma somaram R$ 118 mil. E tem mais: as despesas com viagens da equipe da primeira-dama foram de quase R$ 800 mil. Enquanto isso, a fila do SUS cresce, escolas públicas pedem socorro e o povo aperta o cinto.
Justificativas Para Quem?
Quando questionado, o Planalto afirmou que os gastos são “compatíveis com as atividades realizadas por esses profissionais”. Ah, então está tudo bem? Não parece. Alegam que os funcionários “cumprem funções designadas pelo presidente”. Beleza, mas por que eles são vistos coladinhos com Janja? E não é só isso: sete desses profissionais estão lotados no gabinete do próprio Lula. Coincidência? Difícil engolir.
Quem São Eles?
Dois nomes chamam atenção nessa história. O primeiro é o de Edson Antônio Moura Pinto, um militar da reserva que acompanha Lula desde 2004. Hoje, atua como ajudante de ordens da primeira-dama e embolsa R$ 22 mil por mês. Depois vem Neudicleia Neres de Oliveira, jornalista e assessora principal de Janja, que começou a amizade com a primeira-dama durante as vigílias em Curitiba, quando Lula estava preso. Nada contra lealdade, mas será que só competência explica isso?
Janja e Seu “Toque” na Esplanada
Janja não fica só no gabinete – ou no que chamam de gabinete. A influência dela transborda. Brunna Rosa Alfaia, por exemplo, é secretária de Estratégias e Redes da Secom, e há rumores de que gerencia as redes sociais de Lula. Além disso, dizem que o dedo da primeira-dama esteve na escolha de três ministras: Cida Gonçalves (Mulheres), Anielle Franco (Igualdade Racial) e Margareth Menezes (Cultura). Janja, parece, manda mais do que a gente imagina.
Viagens, Férias e Contas
Entre 2023 e 2024, Janja passou 103 dias viajando para fora do Brasil, 16 a mais que o próprio presidente. Foram 359 deslocamentos nacionais e internacionais da equipe, custando quase R$ 800 mil. E olha que esses valores nem incluem viagens feitas com a comitiva presidencial em aviões da FAB. As despesas pessoais dela? R$ 139 mil em cinco viagens. Ah, e ainda teve a ida aos EUA para um evento da ONU, custando R$ 43 mil, e à França, para as Olimpíadas, por módicos R$ 83 mil. Para quem? Para nós, claro.
Polêmicas Arquivadas
Teve também o caso de um suposto desvio ético relacionado ao espaço que Janja ganhou no Palácio do Planalto. O Conselho de Ética Pública arquivou tudo, dizendo que não houve infração. Será mesmo? Porque, para o cidadão comum, que luta para pagar as contas, essa estrutura paralela soa mais como privilégio do que necessidade.
E aí, vai continuar passando pano para gastos assim? Enquanto o discurso oficial tenta justificar cada centavo, a realidade é que o brasileiro paga caro por uma estrutura que, no mínimo, precisa de mais transparência. Por que a primeira-dama não assume oficialmente sua equipe e deixa tudo às claras? Ou será que é mais conveniente manter o status de “gabinete invisível”, onde os gastos somem na burocracia e a conta sobra para o povo?