Politíca
Federação Republicanos, União Brasil e PP: os bastidores polêmicos do poder no Brasil
Por Roberto Tomé
E lá vamos nós, mais uma jogada política que promete mexer no tabuleiro. Hugo Motta, o deputado federal paraibano que anda cheio de ambição, soltou no ar que Republicanos, União Brasil e PP estão tentando juntar as forças numa federação partidária. Não é qualquer coisinha, é um rolo que, se der certo, pode sacudir a política nacional. Mas, cá entre nós, isso tá mais para guerra fria disfarçada de aliança estratégica.
Os caras querem se organizar até fevereiro de 2025. Por quê? Simples. Juntar as bases regionais numa mistura homogênea e, claro, garantir um naco maior de poder em Brasília. Só que, no papel, isso é lindo. Na prática, é um pandemônio. Como acomodar interesses locais, regionais e nacionais, sem transformar tudo numa briga de foice? Hugo Motta já deixou claro: “Os nossos presidentes de partidos precisarão ter bastante eficiência para acomodar essas forças.” Traga a pipoca.
Na Paraíba, o caldeirão já ferve. Republicanos e PP estão agarrados com o governador João Azevêdo. Do outro lado, o União Brasil, comandado por Efraim Filho, já largou sua pré-candidatura ao Palácio da Redenção. Quer dizer, se depender das rivalidades locais, essa federação nem sai da primeira reunião.
O problema é que as alianças estaduais vivem outra realidade. Enquanto Brasília negocia a paz e o poder, os estados estão em guerra. Em alguns lugares, os chefes de partido são inimigos declarados ou estão em alianças que vão na contramão da federação. Quer um exemplo? A Paraíba. Alguém imagina Hugo Motta e Efraim Filho sentados na mesma mesa sorrindo? Difícil.
Se essa federação vingar, será a maior bancada da Câmara dos Deputados. Estamos falando de 153 parlamentares agora, podendo pular para 200 após a janela partidária de 2026. É muito poder concentrado. E poder, você sabe, atrai cobiça. Mas, veja só: nem com todo esse tamanho eles têm coragem de lançar um candidato próprio à Presidência. É o famoso: “Vamos ver para onde o vento sopra.”
Vai apoiar quem? Lula? Bolsonaro? Quem der mais? No fim das contas, essa federação pode virar só um grande balcão de negócios. Esqueça ideologia, esqueça coerência. O objetivo aqui é poder pelo poder.
As federações foram criadas para organizar a bagunça partidária do Brasil. Na teoria, é bonito: unir partidos menores, dar estabilidade ao Congresso. Mas, na prática, é como colocar tigres e hienas na mesma jaula e esperar harmonia. Tudo precisa ser consensual, desde a distribuição de recursos até o apoio a candidatos. Fácil? Só no PowerPoint.
E Hugo Motta? Bem, ele que se prepare. Se conseguir botar essa federação de pé, será lembrado como o mestre da articulação. Se falhar, vai carregar a fama de sonhador. De qualquer forma, a jogada promete. E nós estaremos aqui, de camarote, assistindo ao desenrolar dessa novela política, que, sejamos honestos, já está com cara de tragédia anunciada.