Nacional
Lula já perdeu essa guerra

Por Roberto Tomé
As pesquisas são implacáveis: a popularidade de Lula está despencando. Isso não é só um alerta para 2026, mas um sinal claro de que seu discurso se esgotou. A velha retórica de sempre já não convence mais. O governo está sem rumo, sem identidade e, pior, sem credibilidade.
O plano de trazer Sidônio Palmeira, marqueteiro da última campanha, é uma tentativa desesperada de salvar uma narrativa que não se sustenta na realidade. O problema de Lula não é a comunicação. O problema é não ter o que comunicar.
O PT insiste em culpar os antecessores por tudo que dá errado. Mas a verdade é que o Brasil ainda sofre com os estragos deixados por administrações petistas anteriores. Dilma Rousseff afundou a economia, foi cassada e o país passou anos tentando se reerguer.
Agora, Lula tenta vender a ideia de que representa a recuperação, mas os fatos desmentem essa fábula. A inflação segue alta, o desemprego não cede e o cenário econômico é de incerteza. O governo empurra a culpa para o “golpe” de 2016 e para os supostos ataques à democracia, mas sua proximidade com regimes autoritários mundo afora contradiz esse discurso.
Lula prometeu devolver o Brasil ao centro das atenções no cenário internacional. Não aconteceu. Com a volta de Donald Trump à Casa Branca, a tendência é que o Brasil perca ainda mais relevância. O ex-presidente americano tem um foco claro: fortalecer os EUA. Isso pode significar tarifas contra produtos brasileiros e o fim de acordos que não tragam vantagens diretas para os americanos.
E como Lula se prepara para isso? Não se prepara. Sua diplomacia insiste em privilegiar ditaduras e afastar aliados estratégicos. O resultado é previsível: ninguém no exterior leva o governo brasileiro a sério. A COP30, que o Brasil sediará, já está fadada ao fracasso sem a presença dos EUA. Enquanto outros países avançam, o Brasil se prende a discursos ideológicos e perde espaço.
Trump voltou, um dos seus primeiros movimentos foi fortalecer a aliança com Javier Milei, presidente da Argentina. Isso pode enterrar de vez o MERCOSUL e reduzir ainda mais a influência brasileira na região. Lula verá sua política externa ruir diante de seus olhos, sem qualquer reação.
Enquanto isso, a burocracia brasileira mantém o país estagnado. A exploração de petróleo na Margem Equatorial segue emperrada por ideologia, enquanto países vizinhos como Guiana e Suriname avançam e lucram. O Brasil continua parado enquanto os outros correm.
Lula acredita que seu maior problema é a comunicação. Mas a verdade é que não há nada positivo para comunicar. O fiasco do “Pixgate” só reforçou a imagem de um governo perdido. Se houvesse conquistas reais, o marketing poderia ajudar. Mas, sem resultados, o que sobra são ataques a adversários e tentativas de censura.
A perseguição contra Eduardo Bolsonaro e o confisco do seu passaporte são a prova do desespero. O PT repete os erros do passado: em vez de enfrentar o debate público, tenta calar opositores com ajuda dos seus amigos e todos sabe de onde. Mas esse tipo de atitude só aumenta a polarização e desgasta ainda mais o governo.
Enquanto Lula se perde em discursos vazios, a oposição usa uma arma poderosa: o humor. Nas redes sociais, memes e sátiras destroem a imagem do governo diariamente. A televisão já não tem o impacto de antes, e a internet virou um campo de batalha aonde o controle estatal não chega. O riso se tornou resistência.
Janja, a esposa de Lula, também virou um problema. Seu protagonismo exagerado irrita parte do eleitorado. Se sua influência no governo fosse tão evidente durante a campanha de 2022, talvez o resultado fosse diferente.
Lula não é vítima de fake news. É vítima da realidade e da verdade. Seu governo se apoia no passado e ignora o futuro. A oposição cresce, a economia patina e a paciência do povo está se esgotando.
A guerra já está perdida. Resta saber o tamanho da derrota.