Judiciário
STF condena cabeleireira por vandalismo, e aliados de Bolsonaro falam em “Mão Pesada”

O Supremo Tribunal Federal (STF) voltou ao centro do debate político ao condenar a cabeleireira Débora Rodrigues dos Santos a 14 anos de prisão por vandalizar a estátua da Justiça, em Brasília. O caso está gerando reações acaloradas e divide opiniões, principalmente porque ocorre na mesma semana em que a Corte julga a suposta tentativa de golpe de Estado envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
A pena, proposta pelo ministro Alexandre de Moraes, inclui ainda uma multa de R$ 30 milhões, o que tem levantado questionamentos até entre aqueles que não são alinhados ao bolsonarismo. O principal argumento dos críticos é a falta de provas concretas para enquadrar Débora em crimes tão graves, como organização criminosa armada e abolição violenta do Estado Democrático de Direito.
O episódio virou munição política. Aliados de Bolsonaro apontam autoritarismo na postura de Moraes, especialmente pelo que consideram uma aplicação desproporcional da pena. Para eles, a condenação é um recado claro: qualquer manifestação contrária ao atual governo será tratada com mão de ferro.
Outro ponto de polêmica é a generalização das sentenças para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Muitos condenados, mesmo sem foro privilegiado, receberam penas semelhantes e sem direito a recurso. A falta de individualização das punições é vista como um problema jurídico grave e tem sido alvo de duras críticas.
O contexto também é relevante. Recentemente, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o governo Lula, lançou o programa “Pena Justa”, supostamente voltada para combater abusos no sistema carcerário. A iniciativa é liderada pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, ex-STF, e já enfrenta resistência na opinião pública. Suas declarações recentes, como a de que “a polícia prende mal e o Judiciário é obrigado a soltar”, inflamaram ainda mais o debate sobre segurança pública.
Enquanto isso, Bolsonaro aproveita o descontentamento para reforçar seu discurso. Ele tem usado o caso de Débora e dos demais condenados para mobilizar sua base, argumentando que o STF está transformando opositores em inimigos do Estado.
Independentemente da posição ideológica, a condenação de Débora escancara as tensões que dominam o país. A falta de critérios claros nas penas, a utilização política do caso e as consequências para a justiça brasileira são questões que precisam ser discutidas sem paixões.
E você? Acredita que a condenação foi justa ou que há excessos na atuação do STF?