CIDADE
Cabedelo promove debate sobre violência doméstica, protagonismo e empoderamento da Mulher
Iniciativa fez parte da programação especial do mês de março, que ainda terá lançamento do calendário das Mulheres e aulão do projeto Remexer

A Prefeitura Municipal de Cabedelo, por intermédio da Secretaria de Políticas Públicas para as Mulheres e Diversidade Humana de Cabedelo (SEPMDH) promoveu, nesta segunda-feira (24), no salão nobre do Cabedelo Clube, uma roda de conversa para debater violência doméstica, protagonismo e empoderamento da Mulher.
O evento faz parte do calendário de ações da pasta que, durante todo o mês de março, trabalhou a campanha “Mulheres poderosas, empoderam outras. Não se cale, dê um basta a toda violência contra a mulher” . A roda de conversa contou com a participação de várias mulheres que se destacam em diversas áreas no município.
A programação do Mês das Mulheres segue nesta uarta (26), quando será apresentado o tradicional Calendário SEPMDH – Edição 2025, que homenageia 12 mulheres cabedelenses todos os anos. O encerramento das atividades de março será na sexta-feira (28), com um Aulão do Projeto Remexer, aberto ao público, no Dique de Cabedelo, às 16h.
Dentre as mulheres que protagonizaram o debate estavam a vice-prefeita, Camila Holanda; a juíza de direito da 1ª Vara da Comarca de Cabedelo e coordenadora da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar do Tribunal de Justiça da Paraíba, Graziela Queiroga Gadelha de Sousa; a delegada da Delegacia Especializada da Mulher de Cabedelo, Ivanisa Olímpio de Almeida; a empresária cabedelense Cibele Fernandes; mediadas pela assessora jurídica da SEPMDH, Bruna Bezerra; e coordenadas pelas secretárias titular e adjunta da SEPMDH, Cynthia Cordeiro e Anelise Guedes.
“Que bom poder participar desse momento importante com mulheres que são referência nessa pauta em Cabedelo e também na Paraíba. Falar sobre respeito, sobre não bater em mulheres, sobre não violentar de forma alguma é algo que, infelizmente, ainda é muito atual. A gente continua lutando contra isso! Ninguém merece ser discriminado, sofrer e até morrer simplesmente pelo fato de ser mulher! Muitas pessoas passaram por violência doméstica, inclusive eu, então é uma pauta urgente que precisa estar em evidência e com uma rede de apoio de prontidão. E a gente precisa falar mais para os homens e, enquanto gestores, precisamos combater essa violência crescente com ações e projetos, porque quanto mais a mulher se torna empoderada e independente, menos ela fica vulnerável! Cabedelo deve ser uma cidade de mulheres independentes, fortes e felizes”, afirmou a vice-prefeita Camila Holanda em seu depoimento na abertura do evento.
“É através de debates como este que a gente elabora mais ações para o nosso planejamento, em que identificamos várias formas de violência e aprendemos muito!. E ainda temos a oportunidade de apresentar os projetos que já estão em andamento no município. Inclusive, temos uma parceria muito boa com a delegacia especializada da Mulher, na qual temos uma equipe da Secretaria trabalhando junto com elas”, destacou a secretária de Políticas Públicas para as Mulheres e Diversidade Humana de Cabedelo, Cynthia Cordeiro.
A roda de conversa teve início com uma ginástica laboral promovida pela educadora física Aline Sodré do projeto Remexer, e logo em seguida começaram as discussões em torno de temas relevantes, como violência doméstica e todos os seus aspectos; empreendedorismo e protagonismo feminino nas mais diversas áreas. Com destaque para o combate à violência doméstica, neste aspecto, encabeçaram as discussões a juíza de direito Graziela Queiroga e a delegada Ivanisa Olímpio.
“Sou juíza aqui e estou acumulando a pauta da violência a nível de Estado, sou coordenadora da mulher em situação de violência do Tribunal de Justiça, mas antes de tudo, sou filha, mãe, esposa, enfim, acima de tudo sou mulher! E eu queria muito destacar que essa horizontalidade é um espaço muito importante e a Prefeitura de Cabedelo está promovendo e por isso merece os parabéns! A gente sabe o desafio que ainda é ser mulher. Neste ano, nós vamos completar 19 anos da lei Maria da Penha e tem pessoas que ainda não entendem sua importância, e por isso a legislação vai ser necessária sempre até o dia em que as mulheres forem devidamente respeitadas nos seus direitos”, declarou Graziela Queiroga.
“Essa roda de conversa ao lado de mulheres notáveis que fazem trabalhos espetaculares está de parabéns. Eu gosto muito da união de forças, porque unidas jamais seremos vencidas. Atualmente ainda existe muito a se fazer a respeito da conscientização sobre violência doméstica, principalmente fazer todas as pessoas entenderem que a omissão pode gerar até o feminicídio”, destacou Ivanisa Olímpio.
No âmbito do empoderamento feminino, o debate foi conduzido pela empresária cabedelense Cibele Fernandes, que comentou sobre como enfrenta o preconceito num meio profissional que ainda é dominado pelos homens.
“A gente tem muitos desafios na vida, né? Também sou mãe, esposa e ensino meus filhos a respeitarem as mulheres. Nasci numa família de comerciantes e mesmo assim fui estudar medicina veterinária, mas o empreendedorismo estava no meu sangue. Eu sempre fui muito assídua e cuidadosa no meu trabalho e, sim, já tive que lidar com situações de preconceito no âmbito profissional. A gente sabe que pode não conseguir mudar a mentalidade de alguém, mas também sabemos que o que não se pode fazer nunca, é ficar calada!”, concluiu Cibele.