Judiciário
Servidora do TSE citada em depoimento à PF é esposa de ex-chefe de gabinete de Alexandre de Moraes
Ludmila dos Santos foi citada em depoimento na Polícia Federal de Brasília, na manhã desta quarta-feira (26), pelo servidor exonerado Alexandre Gomes Machado
A servidora do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Ludmila dos Santos Boldo Maluf, citada em depoimento na Polícia Federal de Brasília, na manhã desta quarta-feira (26), pelo servidor exonerado Alexandre Gomes Machado, é casada desde outubro de 2018, com Paulo José Leonesi Maluf; ex- chefe de gabinete do presidente do TSE, Alexandre de Moraes.
Em 2017, Paulo José foi Assessor Especial do então Ministro de Estado da Justiça, durante o governo de Michel Temer, e seguiu com Moraes para o Supremo Tribunal Federal, onde desempenhou a função de assessor até 2019. No ano seguinte, ocupou o cargo de Chefe de Gabinete do ministro.
Após esse período, foi assessor do Advogado-Geral da União, procurador da Fazenda Nacional (desde 2010) e atualmente exerce o cargo de Procurador-Geral Adjunto de Consultoria e Contencioso Administrativo Tributário.
Desde agosto, Ludmila foi cedida ao TSE pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, onde é servidora concursada.
Após ser exonerado do cargo de assessor de gabinete da Secretaria Judiciária da Secretaria-Geral da Presidência do TSE, Alexandre Gomes Machado procurou a Polícia Federal (PF) para prestar depoimento. Segundo a CNN apurou, o servidor cuidava do pool de emissoras e rádios. O setor é responsável pela coordenação do pool de emissoras que transmitem a propaganda eleitoral em rádio e TV.
No depoimento, Machado afirma ter sido demitido trinta minutos depois de ter enviado um e-mail para Ludmila Maluf, citando o caso da emissora de rádio JM On Line, na qual a rádio admitiu que, dos dias 7 a 10 de outubro, havia deixado de repassar em sua programação 100 inserções da Coligação Pelo Bem do Brasil, referente ao candidato Jair Bolsonaro.
O TSE comunicou que a exoneração do servidor foi motivada por “indicações de reiteradas práticas de assédio moral, inclusive por motivação política”, que ainda estão sendo apuradas. A corte afirmou ainda que a reação do servidor foi “claramente, uma tentativa de evitar sua possível e futura responsabilização em processo administrativo que será imediatamente instaurado”.
A CNN entrou em contato com Ludmila do Santos, que visualizou as mensagens e não atendeu às ligações.
Procurado pela CNN, Paulo José Leonesi Maluf disse que não iria se manfiestar neste momento.