Internacional
Índia: ataques contra cristãos aumentam criticamente
Polícia ignora violências e até inverte a situação, prendendo os próprios cristãos
Os ataques contra cristãos na Índia estão aumentando criticamente, conforme denunciou em nota o Fórum Cristão Unido (UCF), organização cristã sediada em Nova Delhi e cujo propósito é defender a liberdade religiosa e promover os valores da justiça, da equidade e da liberdade.
A organização pede que os governos federal e provinciais da Índia atuem “imediatamente” para “conter esta tendência preocupante” dos ataques contra a minoria cristã no país. De fato, os ataques crescem “não apenas a cada ano, mas até mesmo a cada mês”, enfatizou o grupo em comunicado de imprensa no último 26 de novembro.
Dados levantados pelo Fórum apontam 511 episódios de violência só em 2022, especialmente no Estados de Uttar Pradesh, Chhattisgarh, Tamil Nadu e Karnataka. Uttar Pradesh, no norte, registrou 149 ocorrências; Chhattisgarh, no centro, 115; e os dois Estados sulistas de Tamil Nadu e Karnataka, 30 cada um.
Os agressores costumam acusar os cristãos de induzir hindus a conversões religiosas mediante pressão e fraude, mas não comprovam esse tipo de acusação. Ainda assim, atacam indivíduos e pequenos grupos de cristãos e invadem violentamente encontros de oração organizados por cristãos. O arcebispo de Guwahati, dom John Moolachira, desmente a prática de conversões coercitivas e afirma que nem sequer os governos locais têm dados que respaldem essas acusações:
“A Igreja nunca se dedica nem apoia tais atividades. Alguns grupos de outras partes do país vêm aqui e tentam dividir as pessoas em nossa região, o que condenamos”.
Os crimes contra os cristãos, enquanto isso, geralmente ficam impunes. O Fórum Cristão Unido lamenta que a polícia ignore essas violências ou até inverta a situação prendendo cristãos sob a alegação sem provas de que estejam promovendo conversões forçadas.
Há pelo menos 79 registros de clérigos acusados de atividades de conversão ilegal, sem, porém, quais provas apresentadas em tribunal. Vários leigos cristãos também estão presos sob a mesma acusação sumária.