Educação & Cultura
UFPB passa a contar com usina-escola que utiliza inteligência artificial para ampliar eficiência energética
Algoritmo de inteligência artificial desenvolvido pela UFPB, validado pelo projeto, busca melhor posicionamento dos painéis para captar luz solar
A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) passou a contar, neste ano de 2023, com uma usina-escola localizada na unidade de Mangabeira fruto de um projeto cujo principal diferencial é o uso de inteligência artificial para melhor eficiência energética. A usina foi desenvolvida por meio de acordo de cooperação entre a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) da UFPB e a empresa Huawei, voltado para o desenvolvimento de inovação.
O investimento no projeto como um todo foi da ordem de R$ 3,5 milhões, dos quais R$ 2 milhões foram investidos na usina-escola, que funciona como um laboratório para validar o algoritmo de inteligência artificial desenvolvido pela UFPB. Com essa parceria, a UFPB ganhou um equipamento muito importante pois, além de permitir a geração de energia para reduzir os custos da instituição, o CEAR ganhou um rico laboratório para o ensino, a pesquisa e a extensão.
De acordo com o Reitor da UFPB, professor Valdiney Gouveia, esse projeto encabeçado pelo CEAR não traz custos para a instituição, a não ser os já previstos, como a área de instalação e vigilância, por exemplo. É uma grande contribuição para a Universidade e representa, também, economia na conta de energia, que gira em torno de um milhão e trezentos mil.
“E para a sociedade como um todo estamos oferecendo o que há de melhor em ciência e tecnologia. São experimentos que estão sendo realizados na UFPB que logo se verterão em benefícios na geração de energia”, disse o Reitor Valdiney Gouveia.
No projeto de pesquisa desenvolvido pela Embrapii, a inteligência artificial foi aplicada visando buscar o melhor posicionamento dos painéis com o objetivo de obter a maior captação possível de luz solar.
Segundo o Diretor do Centro de Energias Alternativas e Renováveis (CEAR/UFPB), professor Euler Macêdo, o algoritmo utiliza grandezas do dia – climatológicas, como irradiação do sol, se está chovendo, a humidade, além da irradiação solar – para fazer o posicionamento ótimo do painel. “Então, o sistema se torna inteligente porque ele vai decidir se ele faz a mudança de posição do painel ou não baseado na geração de energia, e não só na hora do dia, como são os sistemas convencionais”, explica o docente.
Atualmente, as principais usinas de grande porte utilizam sistemas de rastreamento da luz, chamado sistema de tracker, em que o painel solar vai acompanhando o sol de acordo com a hora do dia. “Então, verificamos que essa geração poderia ser otimizada, principalmente em dias nublados, dias de chuva. Então propusemos esse projeto à empresa parceira e eles acreditaram na hipótese que nós poderíamos fazer a melhoria desse sistema comercial utilizando inteligência artificial”, explicou o professor Euler Macêdo.
Ao todo, em torno de 20 pessoas, entre professores, alunos e engenheiros, estão envolvidos nesse projeto.