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EUA fez mega operação para garantir posse de Lula que incluiu CIA, Casa Branca, Pentágono e pressão nos militares brasileiros, revela Financial Times
Segundo informações do Financial Times, a Casa Branca deu início a uma pressão discreta para instar os líderes políticos e militares brasileiros a protegerem a democracia. O objetivo era deixar claro aos aliados próximos do presidente Jair Bolsonaro que Washington não toleraria qualquer tentativa de questionar o processo de votação ou o resultado eleitoral.
Para evitar que Bolsonaro colocasse em dúvida a eleição, autoridades dos Estados Unidos iniciaram uma campanha coordenada, porém não anunciada, junto ao governo brasileiro, incluindo as forças armadas, a CIA, o Departamento de Estado, o Pentágono e a Casa Branca.
“Isso foi um compromisso muito incomum”, afirmou Michael McKinley, ex-alto funcionário do Departamento de Estado e ex-embaixador no Brasil, ao jornal. “Foi quase um ano inteiro de estratégia, com um objetivo muito específico, não de apoiar um candidato brasileiro em detrimento de outro, mas focado no processo eleitoral, garantindo que o processo funcionasse”, acrescentou.
De acordo com Tom Shannon, ex-alto funcionário do Departamento de Estado, o esforço teve início com a visita do conselheiro de segurança nacional de Biden, Jake Sullivan, ao Brasil em agosto de 2021, o que deixou o ex-presidente brasileiro preocupado.
“Sullivan e sua equipe saíram da reunião acreditando que Bolsonaro era totalmente capaz de tentar manipular os resultados das eleições ou negá-los, assim como [Donald] Trump havia feito”, afirmou Shannon.
Shannon também relembrou uma conversa que teve com Hamilton Mourão durante uma visita do ex-vice-presidente brasileiro a Nova York, em julho do ano passado.
Um dia após essa conversa, o Departamento de Estado dos EUA emitiu um endosso ao sistema de votação brasileiro, afirmando que “o sistema eleitoral capaz e testado pelo tempo, assim como as instituições democráticas do Brasil, servem de modelo para nações do hemisfério e do mundo”.
“Essa declaração dos EUA foi muito importante, principalmente para os militares”, afirmou um alto funcionário brasileiro ao Financial Times. “Eles recebem equipamentos dos EUA e fazem treinamento lá, então ter um bom relacionamento com os EUA é muito importante para os militares brasileiros. A declaração foi um antídoto contra qualquer intervenção militar”.