ECONOMIA
Pela oitava vez seguida, Focus reduz IPCA para este ano: 4,95%
Pela primeira vez, depois de várias semanas, mercado manteve em 2,19% projeção do PIB para 2023
Pela oitava vez consecutiva, o mercado financeiro reduziu a previsão do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – indicador oficial de inflação – para este ano, desta vez, de 4,98% para 4,95%, ao passo que manteve em 3,92% para 2024, em 3,6% para 2025 e em 3,5% para 2026, segundo o Boletim Focus, consulta semanal do Banco Central (BC) às 100 maiores instituições financeiras do país.
Com relação aos preços administrados, a estimativa do IPCA para 2023 recuou pela décima semana seguida, de 8,97% para 8,95%, o mesmo ocorrendo para o ano que vem, que baixou de 4,46% para 4,50%, mas continuou em 4% para 2025, e em 3,7% para 2026. Ainda nessa semana, o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulga o IPCA de junho.
No que toca ao custo do dinheiro, foi mantida a previsão de Selic em 12% ao ano (a.a.) para o final de 2023, assim como para 2024, em 9,5% a.a.; em 9% para 2025, mas esta avançou de 8,63% a.a. para 8,75% a.a.. Desta forma, as projeções do mercado são pautadas pelo gradualismo e cautela adotados no discurso recente do presidente do BC, Roberto Campos Neto. Em 21 de junho último, pela sétima vez, o Comitê de Política Monetária (Copom) ratificou em 13,75% ao ano a Selic, assim mantida desde agosto de 2022, no maior patamar desde 2017.
Sobre o desempenho da economia para este ano, o Focus elevou de 2,18% para 2,19% a estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), mas manteve em 1,28% à de 2024, reduziu de 1,81% para 1,80% a ‘aposta’ para 2025, porém reduziu de 1,90% para 1,88% à do ano seguinte,.
No plano cambial, o mercado continua com a expectativa de que o dólar feche cotado a R$ 5, mas a reduziu, de R$ 5,08 para R$ 5,06 à de 2024, baixou de R$ 5,17 para R$ 5,15 para 2025, mas reiterou em R$ 5,20 para o ano seguinte.
Sobre o comportamento das contas públicas, houve pequena melhora no resultado primário, que caiu de -1,02% do PIB para -1,00% do PIB, mas foi mantido em -0,80% do PIB para 2024, em -0,50% do PIB em 2025 e cresceu de -0,28% do PIB para -0,30 do PIB.
No quesito das contas externas, o Focus recuou a previsão de déficit em conta corrente do balança de pagamentos para este ano, de US$ 43,22 bilhões para US$ 43,07 bilhões, enquanto era de US$ 47,50 bilhões, há quatro semanas. Para 2024, esta foi mantida em US$ 50,40 bilhões, ante US$ 53,00 bilhões há um mês.
Já a previsão para a balança comercial deste ano cresceu de US$ 63,76 bilhões para US$ 64,00 bilhões, bem acima dos US$ 59,20 bilhões previstos, há um mês. Igualmente aumentou, de US$ 55,65 bilhões para US$ 57,85 bilhões, a expectativa para o ano que vem, que era de US$ 55,30 bilhões quatro semanas atrás.
Como afirmado antes, o ingresso de Investimento Direto no País (IDP) deverá ser mais do que suficiente para financiar o rombo em transações correntes neste ano e no próximo, ambos fixados em US$ 80 bilhões (pela 23ª vez).