ECONOMIA
Oferta incerta e aumento de juros pelo Fed não impedem alta de quase 3% do petróleo
Enquanto tipo Brent subiu 2,6% a US$ 78,47 o barril, o tipo WTI valorizou 2,9% a US$ 73,86 o barril
Em meio a preocupações com a oferta da commodity – em que as compras técnicas superaram a expectativa de que novas altas de juros possam comprometer o crescimento econômico mundial e, por consequência, a demanda pelo insumo energético – os preços do petróleo avançaram próximo a 3% na sessão desta sexta-feira (7), atingindo máxima de nove semanas.
Frente a tal cenário, o petróleo tipo Brent avançou 2,6% (+US$ 1,95) para US$ 78,47 o barril, ao passo que o tipo WTI valorizou 2,9% (+US$ 2,06) para US$ 73,86 o barril, ambos com alta semanal de 5%.
De acordo com o analista do Price Futures Group, Phil Flynn, “estamos batendo na porta de uma grande fuga para o lado positivo. Acho que você está vendo alguma cobertura de posições vendidas aqui hoje, porque muitas pessoas têm apostado no lado vendido”.
Outra marca de tal avanço desta semana é que, dois meses após permanecer na faixa entre US$ 73 e US$ 77, o preço do Brent voltou ao território considerado tecnicamente ‘sobrecomprado’ pela primeira vez, desde meados de abril.
Para o analista sênior e mercado da consultoria Oanda, Craig Erlam, “o rali na última semana foi bastante forte e apoiado pelo impulso, assim como por novos cortes da Arábia Saudita e da Rússia”.
Ao mesmo tempo, os maiores exportadores da commodity, Arábia Saudita e Rússia, emitiram comunicados de que pretendem realizar novos cortes de produção nesta semana, reduzindo em 5 milhões de barris dia (bpd) a oferta de petróleo da Opep+, o que corresponde a 5% do consumo global.
Na semana, por sua vez, o preço do petróleo avançou 4%, sob influência determinante do enfraquecimento do dólar no exterior, enquanto investidores continuaram monitorando o relatório de empregos dos EUA (payroll), que mostrou um aumento na criação de empregos aquém do esperado pelo mercado. Este último dado demandou a revisão de perspectivas quanto ao aumento de juros pelo Federal Reserve (Fed), o bc dos EUA.
Segundo a analista da Linn and Associates, Ira Epstein, “uma mudança na postura do Fed depende da desaceleração do crescimento do emprego, e do crescimento dos salários, primeiro parando e depois caindo. Isso ainda está para ocorrer”, acrescentando que “de qualquer forma, o mercado vai antecipar o que está para acontecer e começar a vender o dólar”.