Saúde
Criada nova técnica para enxergar dentro do corpo humano – sem radiação
A técnica funciona monitorando nanopartículas magnéticas injetadas como marcadores.
Técnicas de imagens médicas
Os desenvolvimentos científicos e tecnológicos nos deram uma série de técnicas para enxergar o interior do corpo humano, além do tradicional raio X.
Técnicas de imagem como tomografia computadorizada, ressonância magnética, tomografia por emissão de pósitrons e ultrassom tornaram-se indispensáveis no mundo médico.
Agora, acaba de ser desenvolvida uma nova técnica para gerar imagens médicas com uma vantagem quase imbatível: Ela não usa qualquer dose de radiação.
A técnica, batizada de Imageamento por Partículas Magnéticas, ou MPI (sigla em inglês para Magnetic Particle Imaging), foi desenvolvida pela equipe do Drs. Volker Behr e Patrick Vogel, da Universidade Julius-Maximilians de Wurzburg (Alemanha).
Como o nome sugere, a imagem de partículas magnéticas é uma técnica baseada na visualização direta de nanopartículas magnéticas. Essas nanopartículas não ocorrem naturalmente no corpo humano, precisando ser administradas como marcadores, ou contrastes.
“Assim como a tomografia por emissão de pósitrons, que se baseia na administração de substâncias radioativas como marcadores, esse método tem a grande vantagem de ser sensível e rápido sem ‘ver’ sinais interferentes de fundo de tecidos ou ossos,” explicou o Dr Behr.
O equipamento é portátil, ao contrário de tentativas anteriores, que exigiam equipamentos do tamanho de uma sala.
Imageamento por Partículas Magnéticas
A MPI não se baseia na detecção de raios gama de um marcador radioativo, como a tomografia por emissão de pósitrons, mas no sinal de resposta das nanopartículas magnéticas a campos magnéticos variáveis, emitidos pelo equipamento. “Neste processo, a magnetização das nanopartículas é especificamente manipulada com a ajuda de campos magnéticos externos, por meio dos quais não apenas sua presença, mas também sua posição espacial no corpo humano pode ser detectada,” disse Vogel.
A ideia dessa técnica de imageamento não é nova, mas até agora ninguém havia conseguido fazê-la funcionar de modo prático em toda a profundidade do corpo humano. Além de ter conseguido isto, a equipe construiu um equipamento que é tão pequeno que pode até mesmo ser portátil.
“Este é um primeiro passo importante para uma intervenção livre de radiação. A MPI tem o potencial de mudar esse campo para melhor,” disse o Dr. Stefan Herz, membro da equipe.