Internacional
ONU faz apelo por vias seguras após naufrágio com 41 desaparecidos no Mediterrâneo
OIM, Acnur e Unicef lamentam mortes em incidente de 4 de agosto; sobreviventes relataram que três crianças estão entre os desaparecidos; entidades também pedem rotas regulares de migração e asilo na União Europeia
A Organização Internacional para Migração, a Agência da ONU para Refugiados e o Fundo da ONU para Infância expressam suas condolências pelas dezenas de mortes em outro naufrágio ocorrido no mar Mediterrâneo na sexta-feira.
De acordo com os testemunhos de quatro sobreviventes, uma criança desacompanhada de 13 anos, uma mulher e dois homens, eles foram resgatados por um navio mercante e levados para Lampedusa pela Guarda Costeira italiana.
Refugiados e migrantes em um barco de madeira são resgatados perto da ilha italiana de Lampedusa, no Mar Mediterrâneo.
Riscos na travessia
Segundo as agências da ONU, os sobreviventes relataram que 41 pessoas continuam desaparecidas, incluindo três crianças.
A barcaça de ferro, que partiu de Sfax, na Tunísia, teria virado durante a navegação.
Condições climáticas perigosas tornam as travessias em barcaças de ferro particularmente perigosas para a navegação, destacando o total desrespeito dos contrabandistas pela vida dos migrantes e refugiados que fazem essas viagens.
Há poucos dias, uma mãe grávida e uma criança perderam a vida em Lampedusa.
Naufrágios no Mediterrâneo
As entidades das Nações Unidas apontam que os números atuais se somam ao crescente número de mortos em naufrágios no Mediterrâneo Central.
De acordo com o Projeto de Migrantes Desaparecidos da OIM, mais de 1,8 mil pessoas já foram relatadas como mortas e desaparecidas ao longo da rota este ano.
O Mediterrâneo Central é uma das rotas de migração mais ativas e perigosas do mundo, com mais de 75% das vítimas desta rota nos últimos dez anos registradas nesta região.
As três organizações da ONU reiteram a necessidade de mecanismos coordenados de busca e salvamento e continuam pedindo aos países que aumentem seus recursos e capacidades para cumprir com eficácia suas responsabilidades.
OIM, Acnur e Unicef estão presentes em Lampedusa para apoiar as autoridades nas fases de desembarque e acolhimento inicial.
A ONU busca garantir que as pessoas que procuram proteção internacional possam candidatar-se e que as pessoas com necessidades especiais sejam prontamente identificadas, apoiando também as transferências.
As três agências renovam o seu apelo ao alargamento do acesso a vias seguras e regulares de migração e asilo na União Europeia, para evitar que as pessoas tenham de recorrer a deslocações perigosas em busca de segurança e proteção.