CIDADE
Pessoas com autismo e Down terão lei que os protege da poluição sonora em João Pessoa
Em tramitação na Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), o Projeto de Lei Ordinária (PLO) 1.658/2023, de autoria do vereador Marmuthe Cavalcanti (Republicanos), limita à distância para emissão de sons e ruídos que prejudiquem o bem-estar das pessoas com Transtorno do Espectro Autista e Síndrome de Down, em espaços públicos de João Pessoa.
Segundo a literatura médica, crianças e adultos que fazem parte desses grupos podem apresentar graves distúrbios no processamento sensorial, dos quais decorrem, em alguns casos, a hipersensibilidade auditiva. Neste sentido, a perturbação causada por sons, ruídos e barulhos excessivos, gera um enorme mal-estar às pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e com Síndrome de Down, comprometendo sua qualidade de vida e podendo gerar, inclusive, além de desconforto, crises comportamentais de alto risco.
“Infelizmente, nas grandes capitais, e em João Pessoa não é diferente, presenciamos constantemente pessoas que exageram no manuseio de seus equipamentos sonoros, seja em suas casas ou em seus carros, de modo a comprometer o direito da coletividade. Para isso, apesar de já existir legislação ambiental regulamentadora, é imprescindível que, de modo complementar, uma legislação municipal faça a regulamentação referente a casos pontuais e específicos, como aqueles envolvendo pessoas com Transtorno do Espectro Autista e Síndrome de Down”, justificou Marmuthe.
Portanto, de acordo com o PLO 1.658/2023, fica limitada a distância de, no mínimo, 100 (cem) metros da fonte emissora até a residência da pessoa diagnosticada com o Transtorno do Espectro Autista e/ou Síndrome de Down, durante todo o dia, a emissão de ruídos de qualquer natureza, provocados por ação humana, em espaços públicos de uso comum que prejudiquem o seu bem-estar, dispensando-se qualquer aferição por equipamento específico, haja vista a hipersensibilidade auditiva muito presente nestes grupos.
“Uma política pública de identificação da residência em que morem pessoas com essas deficiências, para fins de melhor visualização e garantia de seus direitos, além de economicamente irrisória, traz não apenas benefícios quanto ao bem-estar frente à poluição sonora, como também para eventuais necessidades do cotidiano, a exemplo de um socorro médico, estacionamento indevido, instalação de equipamentos públicos de saúde e educação nas proximidades, entre outros. Por isso, lutaremos pela aprovação deste Projeto de Lei, garantindo que esta iniciativa se concretize em João Pessoa”, disse Marmuthe.
Leis – Como membro da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da Câmara de João Pessoa, Marmuthe criou a Lei do Táxi Acessível (13.206/2016); a Lei Municipal 12.956/2014, sobre a criação de espaço reservado para pessoas com deficiência em casas de espetáculos, casas de shows, teatros, cinemas, eventos públicos e similares; a Lei 13.396/2017, que dispõe sobre o sistema de atendimento mediante senhas em Braile e chamamento sonoro nos estabelecimentos comerciais e demais locais de atendimento ao público; a Lei 1.859/2017, que tornou preferenciais todos os assentos instalados nos ônibus de transporte coletivo da capital paraibana, ampliando e garantindo o benefício aos passageiros idosos, obesos, pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, gestantes e pessoas com crianças de colo; além de cinco leis a favor das pessoas com Síndrome de Down: https://is.gd/ZnXiRa.