Saúde
Exame de sangue pode dizer se a febre é causada por infecção ou outras doenças
Embora não seja perfeito, o exame é muito melhor do que a quase ausência de diagnóstico atual.
Qual a origem desta febre?
Um novo exame de sangue permite determinar se uma febre é causada por bactérias, vírus ou por uma doença inflamatória.
O exame se tornou possível pela análise de alterações na atividade genética induzida pelas diferentes origens da febre.
Cerca de três quartos das crianças hospitalizadas por febre nunca recebem um diagnóstico decisivo. As atuais ferramentas de diagnóstico, que procuram patógenos, são lentas e frequentemente pouco confiáveis, diz a Dra Myrsini Kaforou, do Imperial College de Londres.
É por isso que os testes genéticos se tornaram uma alternativa promissora, já que certos genes são ativados ou desativados em resposta a doenças.
Kaforou e seus colegas testaram essa abordagem em amostras de sangue de 1.212 crianças que tinham entre algumas semanas de vida e 18 anos de idade. Todos foram diagnosticados com uma de 18 doenças infecciosas ou inflamatórias que causam febre.
Os pesquisadores então usaram um modelo de aprendizagem de máquina para analisar os dados, o que lhes permitiu identificar 161 genes que se correlacionam com doenças em seis categorias: Infeções bacterianas, infeções virais, doenças inflamatórias, malária, tuberculose ou doença de Kawasaki.
Finalmente um diagnóstico para a febre?
O modelo foi validado em um grupo separado de 411 crianças com febre, usando um critério estatístico que estima a precisão do exame em uma escala de 0 a 1.
Em todas as categorias de doenças, o modelo apresentou uma pontuação de 0,89 a 1 – geralmente, uma pontuação de 0,8 ou superior indica uma precisão excelente.
Quando disponível para uso clínico, um exame assim poderá acelerar o diagnóstico, garantir o tratamento adequado e reduzir o uso desnecessário de antibióticos.
“Obviamente, esta não é uma lista completa de todas as doenças infecciosas e inflamatórias existentes,” reconheceu Kaforou. “No momento, estamos recrutando mais pacientes e gerando mais dados para identificar uma assinatura que cubra ainda mais condições infecciosas e inflamatórias.”