Internacional
EUA investigam deputado por disparar alarme de incêndio
O democrata Jamaal Bowman acionou alarme de incêndio do Capitólio. Político alega ter se enganado, mas os republicanos acusam o deputado de ter proposta votação votação orçamentária. Caso é investigado pelo comitê da Casa
Um membro da Câmara dos Representantes dos EUA está sendo investigado por ter acionado um alarme de incêndio do Capitólio no último sábado (30/09) e apelou assim à evacuação de partes da sede do Congresso antes de uma importante votação orçamentária.
Uma imagem divulgada pela Polícia do Capitólio mostrou o democrata Jamaal Bowman, que representa partes da cidade de Nova York e seus subúrbios, ativando o alarme de incêndio próximo à saída de um prédio de escritórios que abrigava os escritórios do Congresso.
A polícia disse estar investigando o incidente, assim como o Comitê de Administração da Câmara, uma comissão do Congresso controlada pelos republicanos que supervisiona as dependências da Câmara.
Alguns republicanos acusam Bowman de acionar o alarme intencionalmente para suspender a votação de um projeto de lei de gastos emergenciais que visava evitar a paralisação do governo. Eles dizem que seu comportamento merece censura, e alguns até pedem sua renúncia.
Republicanos linha-dura querem renúncia de Bowman
Bowman admitiu ter acionado o alarme, mas negou má-fé.
“Hoje, quando eu estava correndo para ir a uma votação, cheguei a uma porta que normalmente está aberta para o plenário, mas hoje ela não abriu”, disse Bowman em uma declaração publicada no X (antigo Twitter). “Tenho vergonha de presumir que ativei o alarme de incêndio, pensando erroneamente que ele abriria a porta. Lamento o ocorrido e peço sinceras desculpas por qualquer confusão que isso tenha causado.”
Na ocasião, a Câmara estava prestes a votar um projeto de lei bipartidária para manter o governo aberto por 45 dias e evitar assim uma paralisação. O partido de Bowman, porém, estava tentando ganhar tempo para ler o projeto, então recentemente revelado pelo presidente da Câmara, Kevin McCarthy (Republicanos).
Os democratas disseram que precisaram de tempo para analisar as possíveis concessões feitas por McCarthy aos partidários da linha dura do Partido Republicano que, no domingo, realizaram ações iniciadas para remover-lo do cargo de porta-voz.
O incidente ocorreu no Cannon House Office Building, que foi evacuado. Uma hora se passou até que a Polícia do Capitólio desse a autorização para o retorno dos legisladores e assessores.
Por fim, o projeto de lei acabou sendo aprovado antes da meia-noite, que era o prazo final, por 335 a 91, com quase todos os democratas votando a favor e muitos republicanos também.
Para Bowman, a ocorrência de McCarthy foi “dissimulada”
Após a votação, McCarthy condenou a atitude de Bowman: “Isso não deveria ficar sem vingança. Isso é uma vergonha”, disse o presidente da Câmara, acrescentando que pretende se reunir com o líder da minoria na Casa, Hakeem Jeffries (Democratas), para discutir uma resposta.
Jeffries, no entanto, expressou apoio a Bowman: “Ele entendeu que foi um erro e foi só isso”, disse os repórteres.
Bowman chamou a atenção do líder do Partido Republicano da Câmara de “dissimulada”, dizendo que McCarthy estava “tentando transformar um erro meu, apressando-me para chegar a uma votação, em algo nefasto, quando não foi”.