Politíca
40% das mulheres têm dificuldade em amamentar; Assembleia aprova projeto de Camila que cria a ‘Política Amamentação Sem Dor’
Cerca de 40% das mulheres têm dificuldade em amamentar, segundo estudo realizado pela MindMiners, empresa especializada em pesquisa digital. Entre os principais problemas relatados pelas mamães estão: dor (48%), sofrimento com a pega errada do bebê e com vazamento de leite (31%) e empedramento do leite (21%),
Para incentivar o aleitamento materno, a Assembleia Legislativa aprovou, nesta quarta-feira (4), durante sessão ordinária, o projeto de Lei 864/23, de autoria da deputada Camila Toscano (PSDB), que cria a ‘Política Amamentação Sem Dor’ nas maternidades, casas de parto e hospitais públicos e privados da Paraíba.
De acordo com Camila, a política terá como princípios: a garantia ao aleitamento materno, como ato livre e discricionário; a garantia à devida orientação sobre o aleitamento materno, seus benefícios, as técnicas adequadas para sua realização, bem como toda informação científica disponível sobre o tema; o respeito às recomendações da Organização Mundial de Saúde; e a garantia dos direitos humanos no âmbito das relações domésticas e familiares, a fim de resguardar as pessoas de toda forma de negligência e discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão.
Camila lembra que a pesquisa da MindMiners revela que 94% das mulheres amamentaram por algum período de tempo, mesmo com 30% delas sentindo falta de informações sobre o aleitamento materno. “Ou seja, temos um número alto de mulheres que precisam de informações sobre a amamentação e que necessitam de auxilio para que a amamentação não cause tanta dor e seja, além de uma forma de nutrir as crianças, um ato de conexão entre mães e filhos”, disse.
Também engloba o projeto o dever do Estado de assegurar as condições para o exercício efetivo dos direitos à vida, à segurança, à saúde, à alimentação, à educação, à cultura, à moradia, ao acesso à justiça, ao esporte, ao lazer, à cidadania, à liberdade, à dignidade, ao respeito à convivência familiar e comunitária.
“O projeto tem como objetivos a garantia ao direito à amamentação; a promoção de informações a respeito da nutrição e saúde das crianças; a promoção de saúde para crianças por meio da devida alimentação; e o enfrentamento à mortalidade infantil. Esse incentivo é fundamental já que a amamentação é uma prática fundamental para a promoção da saúde das crianças, pois fornece, do ponto de vista nutricional, o que há de melhor em macronutrientes e micronutrientes”, destacou Camila.
Ações – A deputada explica que a Política Amamentação Sem Dor poderá ser promovida pela realização de programa de capacitação, com aplicação de provas e emissão ou renovação de certificado em práticas de aleitamento materno junto a servidores que atuam em maternidades, casas de parto e hospitais públicos; a produção e divulgação anual de cartilhas digitais e impressas dirigidas às pessoas responsáveis pelas crianças, pediatras, enfermeiros, agentes de saúde, além treinamento anual de lideranças comunitárias por servidores públicos que possuam certificados atualizados em práticas de aleitamento.
Recomendação da ONU – A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que a amamentação seja exclusiva nos seis primeiros meses de vida. Apesar disso, o estudo da MindMiners revelou que a fórmula (composto fabricado para suprir as necessidades nutricionais de lactentes) é usada como complemento da amamentação para 45% dos bebês. Além disso, 5% tomam ou já tomaram exclusivamente o produto.
Entre os motivos apontados para utilização da fórmula estão: 45% usaram para complementar a amamentação ou para realizar a introdução alimentar, 33% por terem dificuldade em amamentar, 30% por seguirem a indicação do pediatra, 23% por não produzirem leite suficiente e 7% por não quererem amamentar.