Internacional
Êxodo “repentino” em Karabakh deixou poucos membros da etnia armênia
Mais de 100 mil pessoas teriam fugido da área econômica do Azerbaijão durante o movimento dos últimos dias; agências da ONU anunciam assistência e querem melhorar acesso dos pacientes a serviços públicos
A região de Karabakh teve neste domingo a visita do primeiro grupo de agências da ONU. Na área econômica do Azerbaijão estão agora entre 50 e mil residentes da etnia armênia, após o êxodo de mais de 100 mil pessoas nos últimos dias.
Em comunicado, o coordenador residente das Nações Unidas no Azerbaijão relata que durante a visita dos funcionários da organização e suas agências não foram observados sinais de estragos em edifícios públicos na cidade de Khankendi.
Incidentes de violência contra civis
O grupo considerou impressionante “o nível de abandono das casas pela população local e do sofrimento que a experiência deve ter causado” neles.
No contacto com entrevistados e outras pessoas da região também não houve notícias de incidentes de violência contra civis, após o último cessar-fogo.
Na viagem de Aghdam e Khankendi, área também é conhecida pelos armênios étnicos como Stepanakert, não foi relatada a destruição de infraestruturas como hospitais, escolas, habitações ou de caráter cultural e religioso. As lojas estavam fechadas.
O Governo do Azerbaijão se prepara para restaurar centros de saúde e outros serviços públicos na cidade. Mesmo sem ter tido acesso a áreas rurais, o grupo não constatou sinais de destruição de infraestruturas agrícolas ou pecuárias.
Resposta à violência baseada no gênero
As Nações Unidas capacitam técnicos locais para a oferta de cuidados a pessoas com necessidades imediatas de saúde mental e psicossociais, e para que seja feito o encaminhamento delas.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef, entregou suprimentos médicos vitais, incluindo adesivos, seringas e medicamentos. Já o Fundo da ONU para a População, Unfpa, distribui kits de higiene para mulheres e meninas em busca de abrigo em várias regiões da Armênia.
Parceiros locais recebem capacitação para dar resposta a casos de violência baseada no gênero e oferecer atendimento em espaços seguros onde os sobreviventes possam ter acesso a serviços médicos e de saúde mental.