Saúde
Biomaterial desenvolvido no Brasil acelera a regeneração óssea
Fotomicrografia do material sintetizado pelos pesquisadores brasileiros.
Regeneração óssea
Pesquisadores da UNESP (Universidade Estadual Paulista) desenvolveram um novo biomaterial que acelera a diferenciação das células que produzem ossos, conhecidas como osteoblastos.
Esse material de origem biológica mostrou-se promissor para uso em processos de regeneração óssea, podendo ser empregado, por exemplo, em enxertos e recobrimento de implantes.
O material imita seus equivalentes naturais que têm a mesma função, sendo basicamente um fosfato de cálcio – molécula com estrutura semelhante ao mineral ósseo – carregado (dopado) com cobalto.
“Nossos dados reúnem, pela primeira vez, evidências suficientes baseadas na hipóxia [baixa concentração de oxigênio] de que podemos ter um novo material biomimético com perspectivas de regenerar o tecido ósseo. Em enxertos nem sempre há condições de quantidade e qualidade suficientes para que o osso autógeno [removido do próprio paciente para enxerto] seja usado na clínica,” disse professor Willian Zambuzzi.
Atualmente, tratamentos para pacientes que precisam de enxerto, seja por fraturas, por intervenções para retirada de tumores (ressecção) ou mesmo em próteses dentárias, acabam usando fragmentos de ossos provenientes do próprio indivíduo. Esse processo, no entanto, demanda cirurgias adicionais para a obtenção do material autógeno, com aumento do risco de infecções e maior tempo de convalescença.
Nos últimos anos, com o aumento da expectativa de vida da população, processos regenerativos do tecido ósseo têm sido alvo de pesquisas no mundo todo e de busca por terapias mais eficazes, visando restabelecer o paciente rapidamente, reduzir o tempo de internação, os custos do tratamento e eventuais efeitos colaterais. Entre as linhas de estudo estão o desenvolvimento de materiais que repliquem com similaridade, segurança e eficiência a complexidade da estrutura óssea.
“Estamos no caminho de desenvolver novos materiais biomiméticos que satisfaçam a qualidade de vida das pessoas,” concluiu Zambuzzi.