Internacional
Trump demite chefe da agência de cibersegurança eleitoral
Christopher Krebs é afastado depois de contestar acusações de fraude generalizada na recente eleição presidencial feitas por Trump. Presidente não apresentou provas
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, demitiu nesta terça-feira (17/11) o responsável pela cibersegurança de eleições no país, Christopher Krebs, que contestou as acusações de fraude generalizada na recente eleição presidencial.
“A recente declaração de Chris Krebs sobre a segurança das eleições de 2020 foi muito imprecisa, pois houve irregularidades e fraudes maciças”, escreveu o presidente no Twitter. “Por essa razão, Chris Krebs foi demitido com efeito imediato”, acrescentou Trump, que ainda não reconheceu sua derrota.
Assim como já fez em outras postagens do presidente, o Twitter acrescentou à mensagem o seguinte alerta: “Esta alegação sobre fraude eleitoral é contestada”.
A agência de cibersegurança havia rejeitado as acusações de fraude eleitoral, para as quais Trump não apresentou qualquer prova. “Não há provas de qualquer sistema de votação que tenha apagado, perdido ou alterado os boletins de voto, ou que tenha sido pirateado de qualquer forma”, declarou o órgão, juntamente com outras agências responsáveis pela segurança eleitoral.
“As eleições de 3 de novembro foram as mais seguras da história dos Estados Unidos”, salientou a agência comandada por Krebs.
Membro respeitado do governo
Pouco antes de ser afastado, ele publicou no Twitter um relatório que cita 59 especialistas em segurança de eleições e que afirma que não há evidência crível de fraude informática na eleição de 2020.
Krebs era um membro respeitado do governo, mas sua demissão não é exatamente uma surpresa. Desde a derrota, Trump está afastando funcionários que considera desleais. Na semana passada, o então secretário de Defesa, Mark Esper, também foi afastado.
A campanha do democrata Joe Biden, que venceu a eleição presidencial, observou que tanto democratas como republicanos criticaram a demissão de Krebs.
“Chris Krebs deveria ser distinguido pelo seu serviço na proteção das nossas eleições e não demitido por falar a verdade”, disse o porta-voz da campanha, Michael Gwin.