Internacional
OMS relata piora da situação “a cada hora” na Faixa de Gaza
Número de deslocados chega a 1,8 milhão; uma criança perde a vida a cada 10 minutos na região; pelo menos 130 funcionários das Nações Unidas estão entre as vítimas fatais do conflito
A Organização Mundial da Saúde, OMS, declarou que “a situação está piorando a cada hora” na Faixa de Gaza devido aos confrontos.
De acordo com o representante do Escritório da agência para a Cisjordânia e Gaza, Rik Peeperkorn, os bombardeios estão mais intensos em todas as áreas, inclusive nas do sul como Khan Yunis e Rafah.
Mortes e deslocados
Pelo menos 15,9 mil palestinos morreram desde 7 de outubro, após o início dos ataques do grupo Hamas a Israel seguidos por atos de retaliação das forças israelenses. No total, 1,2 mil pessoas morreram em Israel, sendo que 80 soldados foram mortos em Gaza.
Falando de Rafah, o representante Rik Peeperkorn citou estimativas apontando que cerca de 1,8 milhão de pessoas, ou quase 80% da população de Gaza, vivem como deslocados internos.
O representante da OMS ressaltou que, em média, uma criança perde a vida a cada 10 minutos em Gaza.
Nos últimos dias, o deslocamento tem aumentado na chamada área intermediária e nas regiões do sul, em direção a pontos mais a sul.
Já o porta-voz do Fundo da ONU para a Infância, Unicef, falou a jornalistas a partir do Cairo e indicou que o direito humanitário internacional obriga os militares a “tomar todas as medidas possíveis” para proteger os civis.
Água abrigo e saneamento
James Elder considerou inaceitável que seja declarado unilateralmente que pessoas deveriam seguir para as “chamadas zonas seguras” onde disse haver “prédios semiconstruídos” sem água, abrigo ou saneamento.
A Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos, Unrwa, disse terem morrido 130 funcionários durante o conflito.
Para o representante regional da OMS, o mundo vive um momento sombrio com o conflito em Gaza. Ele pediu o fim dos bombardeamentos e que as partes envolvidas concordem com um cessar-fogo sustentado.
A maior preocupação da agência é com a vulnerabilidade da infraestrutura de saúde em meio a um sistema paralisado. Nenhuma instalação de atendimento funciona no norte de Gaza.
O hospital Al-Ahly, em grande parte, está completamente superlotado e funciona como centro de trauma. Além da falta de leitos, muitas pessoas buscam abrigo nas instalações hospitalares, segundo o funcionário da OMS.
As populações que fazem o movimento para o extremo sul de Gaza também apresentam diversas doenças infecciosas.