Saúde
Pensar na fé em Deus torna pessoas mais propensas a assumir riscos
Crença em Deus e risco
O dito popular afirma que a fé move montanhas, mas será que pensar sobre a própria fé torna as pessoas religiosas mais propensas a atitudes corajosas e voluntariosas?
A resposta é sim, garantem Cindel White e colegas da Universidade de York (Canadá).
“Embora a ligação teórica entre a crença em Deus e a assunção de riscos já exista há algum tempo, os métodos que estudos anteriores empregaram para testar isso não eram os mais fortes, com base nas melhores práticas atuais,” justificou White. “Nosso estudo cuidadosamente elaborado confirmou que aqueles que acreditam que Deus os protegerá de consequências negativas se sentirão mais confiantes em realizar atividades potencialmente perigosas ou incertas por causa da percepção de uma rede de segurança.”
O estudo focou especificamente em cristãos norte-americanos, que são conhecidos por acreditarem em um Deus que os protege do mal. Os pesquisadores também analisaram apenas riscos “moralmente neutros” – riscos recreativos, como escalar montanhas, e riscos sociais e profissionais, como mudar para um novo local em busca de uma nova oportunidade de emprego.
“Sabemos, através de pesquisas anteriores, que as pessoas religiosas podem estar menos inclinadas a assumir riscos que tenham conotações imorais, como o uso de drogas, e também sabemos que as pessoas podem sentir-se mais encorajadas por Deus a assumir riscos que são moralmente positivos, como ajudar um pessoa necessitada,” explica White.
Ao contrário do que alguns alardeiam, a crença no “Evangelho da Prosperidade” não produz empreendedores de sucesso.
“Que a fé não costuma falhar”
Os resultados foram conclusivos: Os voluntários aos quais se pediu para relembrar sua fé em Deus antes da pergunta sobre o comportamento arriscado, mostraram-se consistentemente mais propensos a assumir o risco.
Os pesquisadores afirmam que esses resultados não são suficientes para afirmar que as pessoas religiosas são mais propensas a correr riscos do que as não religiosas, mas podem apontar para uma sensação de segurança que a crença em Deus proporciona.
“Estes resultados apoiam o argumento de que, à medida que os cristãos vivem a sua vida diária, estas crenças sobre Deus podem ser usadas para os fazer sentir melhor se decidirem correr um risco. Faz sentido que esta relação entre as crenças sobre Deus e o comportamento de risco seja parte de um conjunto mais amplo de crenças religiosas que ajudem as pessoas a lidar com a incerteza, o medo e os fatores de estresse na vida cotidiana e as ajudem a ver as suas vidas de uma forma mais positiva e, portanto, tornam-nas mais propensas a procurar oportunidades que de outra forma poderiam evitar.”