Internacional
Cúpula do Futuro será “evento crucial de 2024”, afirma presidente da Assembleia Geral
Líder do órgão deliberativo das Nações Unidas, Dennis Francis, pediu visão renovada do multilateralismo e afirmou que as crises atuais estão fazendo as pessoas “pagarem o preço por gatilhos que não puxaram”; ele disse que evento sobre futuro compartilhado precisa de apoio e adesão pública
Em sessão informativa realizada nesta terça-feira, o presidente da Assembleia Geral da ONU, Dennis Francis, defendeu uma visão renovada em direção a um futuro que seja mais pacífico, próspero, progressista e sustentável para todos.
Ele afirmou que os conflitos globais aumentaram, mais uma vez, “o espectro de um assustador Armagedom nuclear, um cenário indesejável, desprovido de vencedores e apenas repleto de perdedores”.
As pessoas “pagam o preço” das crises
Para Francis, os riscos de os conflitos se transformarem em guerras regionais tornam-se cada vez mais reais. Ao mesmo tempo, o planeta sofre com incêndios florestais, temperaturas cada vez mais elevadas, subida dos mares e seca.
O presidente da Assembleia Geral lembrou que, nessas crises “são as pessoas que pagam o preço pelos gatilhos que não puxaram”.
Semana de Sustentabilidade será ancorada em eventos sobre turismo, transportes e infraestruturas sustentáveis em abril
Dentre as situações mais preocupantes para a paz e segurança internacionais, ele citou “a escalada da violência na Faixa de Gaza e outras áreas afetadas; agressão contínua na Ucrânia; os surtos violentos no Sudão e os conflitos internos no Haiti”.
Questionando os Estados-membros sobre como reacender a confiança mútua e a solidariedade, Francis defendeu um refinamento das ferramentas do multilateralismo.
Importância de uma Cúpula do Futuro inclusiva
Nesse sentido, ele destacou a realização da Cúpula do Futuro como “o evento crucial de 2024”, onde se espera que os líderes mundiais se reúnam para forjar um novo consenso global sobre como melhorar os resultados para as pessoas e o planeta.
Francis encorajou todos os Estados-membros e outras partes interessadas a aproveitarem a Cúpula para se concentrarem em áreas prioritárias e em inovações de alto impacto.
Ele afirmou ainda que o evento precisa garantir apoio público e a adesão ao “pacto” que será firmado, “uma vez que o seu sucesso reside no seu alcance, no seu reconhecimento e nos seus resultados inclusivos”.
Momentos chave em 2024
Sobre outros momentos chave na agenda da Assembleia Geral em 2024, Francis mencionou um projeto de decisão que apresentou para convocar uma reunião plenária de alto nível em setembro de 2024. O foco será em ameaças existenciais provocadas pela subida do nível do mar induzida pelas alterações climáticas.
Assembleia Geral terá uma reunião plenária de alto nível sobre ameaças existenciais provocadas pela subida do nível do mar induzida pelas alterações climáticas
Ele também destacou a Semana de Sustentabilidade, de 15 a 19 de abril, que será ancorada em eventos sobre turismo, transportes e infraestruturas sustentáveis e discutirá ainda a sustentabilidade da dívida de países em desenvolvimento.
O presidente do órgão consultivo da ONU disse que convocará também um diálogo informal sobre os mercados de commodities em abril, para explorar estratégias para a diversificação econômica e de exportações.
Ele ressaltou ainda a Reunião de Alto Nível sobre Resistência Antimicrobiana em setembro, um evento temático conjunto com o Conselho de Direitos Econômicos e Sociais sobre os impactos do fenômeno El Niño em 2023 e 2024, ainda sem data.
Outro destaque será um diálogo sobre justiça reparatória paralelamente ao Dia Internacional em Memória das Vítimas da Escravidão e do Comércio Transatlântico de Escravos, em 25 de março.
Sistema multilateral forte
Francis afirmou ainda que tem a intenção de convocar um evento comemorativo em 29 de abril, por ocasião do 30º aniversário da Conferência Internacional sobre População e Desenvolvimento de 1994 e do seu histórico Programa de Ação.
Para o presidente da Assembleia Geral “o sistema multilateral só é forte se formos fiéis na defesa dos seus princípios de diálogo e consulta, confiança e cooperação internacional, inclusão e solidariedade”.
Nesse sentido, ele se comprometeu com a tomada de decisões inclusivas, não apenas através do envolvimento Estados-membros, mas com todas as partes interessadas.
Como exemplos dessa prática ele citou a reunião com a sociedade civil que convocou em novembro, a plataforma “Pergunte ao PGA” no site oficial e os compromissos contínuos com os joven