Nacional
Lula cobra ministros a divulgarem realizações do governo e deixarem eleição municipal em segundo plano
Por: Roberto Tomé
Em meio a uma queda na popularidade, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em uma reunião recente, expressou a necessidade de seus ministros se tornarem mais visíveis e promoverem as realizações do governo. Ele enfatizou que as eleições municipais não devem ser a prioridade no momento e expressou preocupação com os números crescentes de casos de dengue no país.
A reunião, a primeira de 2024, teve como foco principal a comunicação. O presidente quer que os ministros de todas as áreas percorram o Brasil, concedendo entrevistas e ocupando espaços na mídia para divulgar ações que são consideradas positivas. Fernando Haddad, o ministro da Fazenda, compartilhou uma série de dados que podem ser úteis para seus colegas.
Há um sentimento entre os assistentes de que essa estratégia pode ajudar a equilibrar as repercussões negativas das declarações do presidente, que também afetam sua popularidade. Um exemplo disso é a comparação que ele fez entre a ação de Israel na guerra na Faixa de Gaza e o Holocausto. A orientação é que os ministros não falem apenas sobre suas respectivas áreas, mas apresentem uma visão geral das ações do governo.
Uma pesquisa recente da Quaest mostrou que 51% da população aprova a gestão de Lula, uma queda de três pontos percentuais em relação a dezembro do ano anterior. Por outro lado, 46% desaprovam, um aumento de 3% em relação ao final de 2023.
Lula reiterou aos seus assistentes que agora é hora de colher os frutos e não de criar novos programas. Ele enfatizou a necessidade de fazer os recursos renderem, permitindo que as ações que estão no orçamento deste ano sejam entregues. Segundo um assistente, o presidente estava “agitado, animado e acelerado”.
Lula pediu que cada ministro revisite tudo o que lançou. Ele não quer ver novos programas ou ações sendo anunciados, mas sim a concretização do que já foi lançado. Ele acredita que o governo já tem um portfólio robusto que os resultados do governo e da economia devem ser agregados em indicadores que sejam compreendidos pela população.
Lula também não quer que os ministros percam o foco com as eleições municipais. Com 11 partidos representados no ministério, ele defendeu a necessidade de evitar que a disputa pelas prefeituras traga reflexos negativos e reforçou que não quer que as eleições municipais contaminem a agenda do governo.
No início da reunião, Lula citou uma série de ações do governo federal desenvolvidas ao longo do último ano, como a ampliação do Bolsa Família e o reajuste do salário mínimo, mas afirmou que “ainda falta muito” para ser feito no país.
Após a reunião, o ministro da Comunicação Social, Paulo Pimenta, minimizou eventuais problemas na área e afirmou que o governo vai investir mais na segmentação por meio das redes sociais.