Nacional
‘Subiu na mente’ o pai virar presidente, diz ex-nora de Lula vítima de agressões
Natália denunciou agressões física, verbal, psicológica e moral
A médica Natália Schincariol, 29 anos, ex-mulher de Luís Cláudio, 39, filho do presidente Lula acusado de agressões física, incluindo “cotovelada na barriga”, conforme o boletim de ocorrência registrado na Polícia Civil de São Paulo, afirmou nesta quinta-feira (4) que a eleição do pai como chefe de governo “subiu à mente” do agressor.
O casal viveu em união estável por dois anos, e o relacionamento chegou ao fim com um desfecho violento. Apesar da pregação contra a violência que vitima a mulher, tanto Lula quanto a primeira-dama Janja fazem o mais silêncio sobre o assunto, também ignorado por entidades de defesa da mulher, aparelhadas pelo PT e partidos de esquerda, e pela maior parte da mídia.
Ela decidiu falar ao portal Uol após o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) conceder-lhe medida protetiva. A decisão determina que Luís Cláudio deixe o apartamento onde vivia com Natália e não faça contato nem se aproxime a menos de 200 metros da ex-mulher.
“O imóvel é nosso, metade/metade. Desde que ele fez tudo isso comigo, estava disposta a comprar a parte dele. Fiz diversas propostas e assim [eu pudesse] me libertar. Ele não aceitou. Cheguei até oferecer pagar uma locação para ele sair do imóvel. Solicitei incansavelmente que ele saísse”
No relato, Natália diz ter sido vítima de agressões “de natureza física, verbal, psicológica e moral”, e citou especificamente “uma cotovelada na barriga” em uma briga em janeiro deste ano.
Segundo ela, a agressão veio quando estava com o celular dele na mão, checando todas as possíveis traições. E teria usado o cotovelo para ela soltar o aparelho. Em outro trecho do boletim, ela descreve episódio de violência verbal. A médica diz ter sido ofendida com palavras como “doente mental, vagabunda e louca”.
Algo marcante na relação conturbada eram as traições. “Pode ser que já tivesse traição antes, mas só descobri agora e tudo de uma vez. Ele sempre foi machista, mas como era um machismo sutil, discreto, mascarado, eu achava que era coisa da minha cabeça”, disse Natália. “Até que o machismo se tornou explícito. Duas ex-namoradas me procuraram para me avisar que ele não era o que parecia ser, mas eu o amava tanto que fiquei cega”.
A traição mais recente foi descoberta por uma ligação inesperada, do outro lado da linha, um marido traído. “O marido da amante dele me ligou do Amazonas [Luis Claudio é diretor do clube de futebol Parintins]. Me contou que precisou fazer uma cirurgia de hérnia, às pressas, e depois descobriu que enquanto estava internado no hospital, a mulher tinha traído ele com o Luis na cama do casal. Agora, somos nós dois os traídos em sofrimento.”
Natália afirma ter tentado perdoar, mas não conseguiu por motivos sentimentais. Se conheceram mediante amigos, em 2022, antes de Lula retornar ao poder. Aos poucos, diz ter se dado conta de que, inicialmente, conheceu um homem humilde e simples, e que o fato de voltar ao status de filho do presidente da República, desde janeiro de 2023, mexeu com a vaidade do ex-companheiro. “Subiu na mente o fato de o pai virar presidente. Mas é aquela frase: quer conhecer o caráter de um homem, dê a ele poder.”
No boletim de ocorrência, há o relato de que Luís Cláudio teria mantido “relações sexuais com outras mulheres de forma desprotegida”. “Ele contraiu infecção e me expôs em risco conscientemente. Ainda bem que sempre me preveni com preservativos”, afirmou Natália.
A médica diz que o ex-companheiro chegava em casa embriagado e que teria sido pressionado a não denunciar as agressões, já que o então companheiro teria “influência”.
A defesa de Luís Cláudio Lula da Silva mantém a versão da nota emitida na quarta pela advogada Carmen Ramos Tannuri, que refuta as acusações da ex-mulher de seu cliente. Tratando as falas de Natália como “fantasiosas”, enquadradas como “calúnia, injúria e difamação”
Desde da data que a denúncia foi feita, não houve nenhuma manifestação por parte do Palácio do Planalto. O silêncio se torna perene, mesmo a violência contra a mulher ser um tema caro ao governo Lula que é defendido desde de sua pré-candidatura.