Nacional
Silente por dez dias, Lula diz que ‘mulher não foi feita para apanhar’
Discurso ocorre em meio às acusações de violência doméstica contra seu filho mais novo
Após dez dias do surgimento do caso, e sem se manifestar, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez um discurso repudiando a violência doméstica, em meio às acusações contra seu filho mais novo, Luis Cláudio Lula da Silva. Segundo Lula, “mulher não foi feita para apanhar”.
– Neste país, existe muita violência contra mulher, e violência, às vezes dentro de casa, que o marido não respeita muitas vezes a mulher – disse.
A fala do petista aconteceu na cerimônia de lançamento da Pedra Fundamental do Campus Sol nascente do Instituto Federal de Brasília (IFB), na região administrativa da capital federal, nesta quinta-feira (11).
No discurso, Lula relembrou da história de sua mãe, Dona Lindu, e de seu pai que, segundo o presidente, era um “homem muito bruto” e batia nos filhos.
– A mulher não foi feita para apanhar – comentou.
As declarações ocorreram na esteira da defesa do presidente sobre a importância de um emprego, especialmente para a mulher.
– Normalmente, as pessoas falam que, quando o marido dentro de casa bate na mulher, ela fica com ele porque ela depende dele para comer – comentou.
Diante disso, o petista voltou a defender a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função.
– Tem gente que não quer pagar salário igual para homem e mulher – lamentou.
As falas de Lula, contudo, ocorrem em meio às acusações contra seu filho de praticar violência contra mulher. Uma médica de 29 anos registrou boletim de ocorrência online e acusou o filho mais novo do chefe do Executivo de agressões físicas e psicológicas. Os dois mantiveram relação nos últimos dois anos, mas se separaram, segundo ela, depois de a mulher descobrir supostas traições de Luis Cláudio.
O documento cita cinco acusações contra Luis Cláudio (violência doméstica, ameaça, vias de fato, violência psicológica contra a mulher e injúria). Advogados do filho de Lula disseram que as declarações são “fantasiosas” e pedirão reparação por danos morais.