Internacional
Quais são os sistemas de defesa aérea de Israel
País conta com sistemas múltiplos para se defender de ataques, incluindo o Domo de Ferro e interceptadores desenvolvidos em cooperação com os EUA
Após o Irã lançar um ataque sem precedentes a Israel com drones e mísseis na noite deste sábado (13/04), as atenções se voltaram para os sistemas antiaéreos israelenses. Segundo fontes militares, mais de 300 projéteis, entre drones e mísseis, foram lançados pelo Irã em direção a Tel Aviv.
As Forças Armadas de Israel haviam afirmaram ter interceptado a “99%” dos mísseis e drones. O país conta com ampla gama de sistemas de defesa aérea.
Confira a seguir quais são os principais deles.
Arrow
Desenvolvido em cooperação com os Estados Unidos, o Arrow (Flecha) foi projetado para interceptar mísseis de longo alcance, incluindo os tipos de mísseis balísticos alegadamente empregados na ofensiva deste domingo. Recentemente foi também usado contra os mísseis lançados por militantes houthi a partir do Iêmen.
Ele não se destina a interceptar aeronaves militares ou foguetes de artilharia. A primeira bateria Arrow entrou em operação em outubro de 2000. Estima-se que o programa de desenvolvimento da família de sistemas Arrow tenha custado mais de US$ 2 bilhões (R$ 10,2 bilhões), com entre 50% e 80% desse valor financiado pelos EUA.
David’s Sling
Também desenvolvido em cooperação com os EUA, o David’s Sling (Atiradeira de Davi) se destina a interceptar mísseis balísticos de médio alcance – como os usados pelo grupo Hisbolá a partir do Líbano –, aviões, drones, mísseis balísticos táticos, foguetes de médio a longo alcance e mísseis de cruzeiro.
O sistema interceptador é um míssil de dois estágios, com dois sistemas de mira e orientação. O David’s Sling entrou em operação em abril de 2017. O nome é uma referência à história bíblica de Davi, que usou uma funda para abater o gigante Golias. Cada unidade custa cerca de US$ 1 milhão (R$ 5,12 milhões).
Patriot
O Patriot, de fabricação americana, é o mais antigo do sistema de defesa antimísseis de Israel. Ele foi usado na Primeira Guerra do Golfo, em 1991, para interceptar mísseis balísticos Scud de fabricação soviética, disparados pelo ditador iraquiano Saddam Hussein contra alvos em Tel Aviv e Haifa. Atualmente, o Patriot é usado para abater aeronaves, inclusive drones.
Ele entrou em operação mundo afora nos anos 1980, sendo usado por vários países aliados dos EUA, entre os quais a Alemanha, que recentemente repassou um de suas baterias para a Ucrânia. Uma bateria de mísseis Patriot pode ter entre seis e oito sistemas lança-mísseis e custa cerca de US$ 1 bilhão (R$ 10,2 bilhões).
Iron Dome
Mais famoso sistema antiaéreo de Israel, o Iron Dome (Domo de Ferro) foi desenvolvido por Israel com amplo apoio financeiro dos EUA. Ele é especializado em abater foguetes de curto alcance, como os que costumam ser lançados pelo Hamas a partir da Faixa de Gaza. Israel afirma que sua taxa de sucesso é de mais de 90%.
A responsabilidade pelo desenvolvimento do Domo de Ferro coube a firmas israelenses, sobretudo à Rafael Advanced Defense Systems, que começou com o projeto em 2007, segundo informações oficiais. A primeira prova de fogo para o sistema foi em abril de 2011. Na época, o Hamas vinha bombardeando violentamente o sul de Israel, durante toda uma semana.
Cada unidade é composta por três rampas de lançamento, um radar e um software de disparo. Se um foguete é lançado, o radar reconhece seu tipo e se se dirige a território habitado, comunicando essas informações à unidade de disparo, a qual lança um míssil de defesa. Assim, o projétil inimigo é destruído no ar, como mostram vídeos das Forças Armadas israelenses.
Os dez sistemas atualmente operacionais em Israel são móveis, podendo ser deslocados segundo a necessidade. Segundo o Ministério israelense da Defesa, a cota de sucesso fica em torno de 90%: o Domo de Ferro é utilizável mesmo em condições de chuva ou neblina e pode lançar os mísseis a distâncias entre quatro e 70 quilômetros.
No início de abril, Israel usou pela primeira vez uma variante naval, o C-Dome, para derrubar um drone que se aproximava do Mar Vermelho, ativando sirenes na cidade portuária de Eilat. O sistema foi instalado em embarcações militares, entrando em operação em 2022.
Entre 2011 e 2021, os EUA contribuíram com cerca de US$ 1,6 bilhão (R$ 8,2 bilhões) para o aprimoramento do Domo de Ferro. Durante a guerra entre Israel e o Hamas, iniciada em 7 de outubro de 2023, o Domo de Ferro interceptou centenas de foguetes do Hamas, segundo fontes israelenses.
Iron Beam
Israel está desenvolvendo o novo sistema de defesa aérea Iron Beam (Feixe de Ferro) para interceptar potenciais ameaças, com o uso de tecnologia a laser. Segundo Tel Aviv, ele será um divisor de águas, por ser muito mais barato de operar do que os sistemas existentes. No entanto, ainda não está operacional.