ECONOMIA
Câmbio: Dólar fecha em alta, refletindo ruídos fiscais domésticos
O real se descolou pontualmente do cenário internacional, refletindo a redução dos prêmios de risco associados à política fiscal do Brasil
O dólar encerrou a sessão desta sexta-feira (14), em alta de 0,28%, seguindo a tendência global de fortalecimento da moeda americana. Apesar disso, a cotação permaneceu abaixo dos R$ 5,40, aos R$ 5,38.
A moeda norte-americana avançou em quatro dos últimos cinco pregões, acumulando um ganho semanal de 1,08% e uma valorização mensal de 2,50%.
Suporte a Haddad e impacto no real
Durante a manhã, o real se descolou pontualmente do cenário internacional, refletindo a redução dos prêmios de risco associados à política fiscal do Brasil. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamando-o de “extraordinário”. Esse apoio foi reforçado por um encontro de Haddad com os principais bancos do país na sede do ministério, em São Paulo.
À tarde, Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), reafirmou em entrevista exclusiva seu apoio a Haddad, destacando a necessidade de suporte do governo, Congresso, empresariado e setor bancário para a agenda de equilíbrio fiscal.
Segundo o sócio da Ethimos Investimentos Lucas Brigato, “enquanto não ficar definido o compromisso do governo de reduzir gastos, recuperar a credibilidade vai ser uma tarefa difícil. O mercado vai querer uma resposta definitiva”.
Influência do mercado internacional
O índice DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de seis moedas fortes, subiu, ultrapassando os 105,500 pontos. O euro se enfraqueceu devido à crise política na França, após o presidente Emmanuel Macron convocar eleições antecipadas. Nos EUA, dirigentes do Federal Reserve mencionaram a resiliência da inflação como um obstáculo para cortes de juros.
Expectativas para o Copom
A maioria dos investidores e economistas espera que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central mantenha a taxa Selic em 10,50% ao ano na próxima reunião, marcada para quarta-feira (19). Esta decisão se baseia na desancoragem das expectativas de inflação e no aumento da percepção de risco fiscal.