Saúde
Programa de Teleodontologia realiza primeira teleinterconsulta para agilizar investigação e encaminhamento de câncer bucal
O Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (SES), vem utilizando a telemedicina como uma forte aliada para ampliar o acesso da população aos serviços e ações de saúde, com ênfase na integralidade e resolutividade do atendimento médico. Agora, por meio do Programa de Teleodontologia da Telessaúde, foi realizada a primeira teleinterconsulta para agilizar investigação e encaminhamento de câncer bucal pelo Programa Paraíba Contra o Câncer, no Centro Odontológico de Cruz das Armas (Coca). A partir do diagnóstico, até a teleinterconsulta, foram duas semanas. Uma solicitação de atendimento com oncologista, habitualmente, demora em média 45 dias.
O caso de saúde bucal foi detectado na dona de casa Maria José da Silva, de 63 anos, na capital. Fumante desde os 10 anos, ou seja, há 53 anos, ela foi diagnosticada no Centro Especializado Odontológico (CEO) em Campina Grande – onde morava até receber o diagnóstico, no último dia 11 de junho – que a encaminhou para o Coca, na capital. A partir daí, estão sendo realizados mais exames complementares e a enfermeira navegadora do Paraíba Contra o Câncer vai ficar monitorando a paciente, com a cirurgiã e traumatologista bucomaxilofacial, da Teleodontologia do Coca. Após os exames, a paciente será regulada para o serviço referência de cirurgia de cabeça e pescoço, na capital e, no pós-operatório, continuará recebendo todo o suporte necessário.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Ari Reis, os 223 municípios paraibanos, com todas as suas unidades de saúde, devem conhecer o programa de telessaúde e o seu fluxo. “Toda vez que um profissional de saúde identificar um paciente que necessite de atendimento, ele pode realizar uma teleconsulta pela plataforma Saudemeet e, a partir daí, acionar um dos nossos programas, a exemplo do Paraíba Contra o Câncer, Rede Cuidar, entre outros. Com isso, o nosso objetivo é ampliar e agilizar o acesso da população às ações e serviços por meio das inovações tecnológicas”, disse.
Para a coordenadora do Núcleo Estadual de Telessaúde da SES, Anne Cybelle Alves, a grande magia da telessaúde é promover a integralidade. “A nossa intenção é evitar a peregrinação do paciente quando precisa de um serviço. Agora, somos nós, enquanto saúde pública, enquanto profissionais, que estamos ‘correndo atrás’ para que ele tenha a assistência que precisa”, enfatizou.
A primeira teleinterconsulta em saúde bucal foi realizada pela coordenadora do Programa de Teleodontologia da Paraíba, Adriana Teles. “Além de acelerar o processo analógico – que utiliza papel – isso significa um extremo avanço porque a inserção de novas tecnologias no âmbito da saúde vem para democratizar o acesso do usuário do SUS, já que, mesmo em localizações remotas, onde o acesso é mais difícil, ele vai ter o suporte de um especialista”, destacou.
Apesar do diagnóstico de câncer bucal, Dona Maria José da Silva, disse que está confiante no tratamento. “Achei ótimo o atendimento e me senti muito bem acolhida. Falei com a médica pela internet, como se ela estivesse frente a frente comigo e ela esclareceu tudo. Agora, espero fazer o tratamento para ficar boa e seguir em frente, na companhia dos meus familiares”, pontuou.
Com oito filhos, 15 netos e dois bisnetos, dona Maria disse que, logo após o diagnóstico de câncer e por recomendação médica, já parou de fumar e pretende não voltar ao vício nunca mais. “O que tenho para dizer às pessoas e, principalmente, aos jovens é que nem comecem a fumar porque começar é o mais fácil. Difícil é parar. Mas agora, pela minha saúde, já parei e, confiando em Deus e no atendimento que estou tendo, espero ficar ótima e continuar perto das pessoas que amo”, falou.
Saúde Digital – O programa Telessaúde funciona dentro da Saúde Digital da SES, que tem vários programas: a Teleoncologia, que integra o PB Contra o Câncer; a Teleodontologia; a Rede Cuidar (agora com uma plataforma própria que permite armazenar todos os atendimentos onde vai gerar gestão de dados e informações); o Saúde Prisional, que está para começar no final do mês de julho; e o Complexo Regulador Estadual.